Infelizmente tudo que estamos vendo não é unicamente uma resposta do povo em relação a esse monstruoso homicídio, mas sim um somatório de indignidades, de inescrupulosidades de crimes não desvendados, esquecidos que o poder constituído não consegue elucida e assim por diante essas pessoas tornaram-se mártires e na sapiência popular símbolo dos muitos que foram esquecidos. Quando fomos à rua e gritamos por justiça no julgamento de Chico Mendes não era unicamente por Chico e sim por todos os homens que resistiram ao desmatamento amazônico e tbm morreram, quando fomos à rua de cara pintada gritando "Fora Collor" não era só a ele que estávamos querendo atingir e sim a todos iguais a eles. O linchamento como vc deve ter total conhecimento é um fenômeno sociológico quando o povo desacredita do Estado e parte para fazer justiça pelas próprias mãos. Entendo o povo que na sua singeleza de querer gritar e bradar promove as cenas que estamos vendo todos os dias, pessoas de todos os cantos, todos os credos, de todos os níveis sociais, armando-se com fé e solidariedade. Salientamos que a barbárie instituída no país debate-se guerreando com Estado de Direito e o Devido Processo Legal. O povo já fez seu próprio julgamento não declinou das suas prerrogativas nem fantasiou nas deduções das provas periciais e de forma ínclita não procrastinou na prolatação da sua própria sentença. O povo com maestria de um corpo de jurados e de um Juízo extremamente competente processou, julgou e apenou sendo-lhes decretada de forma implícita a prisão dos dois facínoras e de seus familiares corroboradores de tão hediondo e dantesco crime, eles já estão presos em seus domicílios e lhe afirmo mesmo em um país sem memória eles jamais serão esquecidos cabendo a nós a pertinência de lembrar-los...
EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)
29 de abril de 2008
À minha querida amiga Amar Yasmine do AQUILIS :
Infelizmente tudo que estamos vendo não é unicamente uma resposta do povo em relação a esse monstruoso homicídio, mas sim um somatório de indignidades, de inescrupulosidades de crimes não desvendados, esquecidos que o poder constituído não consegue elucida e assim por diante essas pessoas tornaram-se mártires e na sapiência popular símbolo dos muitos que foram esquecidos. Quando fomos à rua e gritamos por justiça no julgamento de Chico Mendes não era unicamente por Chico e sim por todos os homens que resistiram ao desmatamento amazônico e tbm morreram, quando fomos à rua de cara pintada gritando "Fora Collor" não era só a ele que estávamos querendo atingir e sim a todos iguais a eles. O linchamento como vc deve ter total conhecimento é um fenômeno sociológico quando o povo desacredita do Estado e parte para fazer justiça pelas próprias mãos. Entendo o povo que na sua singeleza de querer gritar e bradar promove as cenas que estamos vendo todos os dias, pessoas de todos os cantos, todos os credos, de todos os níveis sociais, armando-se com fé e solidariedade. Salientamos que a barbárie instituída no país debate-se guerreando com Estado de Direito e o Devido Processo Legal. O povo já fez seu próprio julgamento não declinou das suas prerrogativas nem fantasiou nas deduções das provas periciais e de forma ínclita não procrastinou na prolatação da sua própria sentença. O povo com maestria de um corpo de jurados e de um Juízo extremamente competente processou, julgou e apenou sendo-lhes decretada de forma implícita a prisão dos dois facínoras e de seus familiares corroboradores de tão hediondo e dantesco crime, eles já estão presos em seus domicílios e lhe afirmo mesmo em um país sem memória eles jamais serão esquecidos cabendo a nós a pertinência de lembrar-los...
26 de abril de 2008
O amor
desse jeito!...que me deixa louco
essa mulher cheia de mistérios
vestida de negro...com roupas de
couro..que incitam o amor?
O amor comigo é selvagem
olha as cordas nesta mão
e as algemas nesta outra.
Trouxestes hoje o teu chicote
que vai nos dar mais prazer?
==========
Sim meu amor, alem das algemas
trouxe também cinto de castidade
assim você vai se debater de prazer
e vou começar a gozar antes de você .
És sempre o mesmo com o teu masoquismo
trazendo o desespero ao meus desejos,
atira as tuas roupas e fica no chão...
beija meu pé sobre teu rosto faminto de mim
e uiva.... uiva .... só como você sabe... assim...
==========
E você meu dengo , com todos esses artifício
e fetiches...fica louquinha por mim,
queres bancar o fêmea durona ...mas no fim, o que
você quer mesmo é me rasgar todinho,
ir de encontro as minhas entranhas...
explorar meu anus, e gritar alto, como louca...
mas um louca saciando seu desejo
e fantasias ousadas, com o homem de sua vida
de seus sonhos, e jura que não podes mais
viver sem meu corpo, minhas curvas, sem mim.
==========
Sim, juro meu amor, sem você eu não sou ninguém
sem o grito zangado quando eu uivo com você
sentindo o universo inteiro dançando conosco
numa dança louca de prazer e loucura,
loucura que só acalmam os seus olhos castanhos
trazendo para mim o final do tesão nas suas
roupas de couro preto que me fazem morrer.
==========
Amor essas roupas de couro preto
as algemas....o chicote....me deixam
aceso...com um fogo incandescente
me fazer arder em brasas.....e meu
desejo por você...pelo seu sexo
só me faz enlouquecer...mas o que
mais importa nisso tudo, é que com
você só quero saber de viver eternamente
fazendo esse tipo de amor gostoso
e esse sexo animal que nos entorpece.
===========
Eu só tinha para ti o meu amor mais violento
que é o único que sai da nossa entranha animal
porém, meu amor incerto, sabes que eu sempre te amo
apaixonada me tens nos teus braços de cristal
Só tu podes fazer preces com o chicote na mão
pois és uma sacerdotisa do prazer e minha perdição.
Texto de: Arneyde Marcheschi - Alberto Peyrano
(adaptado)
25 de abril de 2008
Seu honrado cavaleiro
Cruzada infinita
E os moinhos lá longe esperavam por nós
como gigantes imponentes desafiadores do mundo,
monstros inultrapassaveis de pedra e mito.
O trote trôpego do elegante Rocinante
cambaleava lentamente na direção da aventura
e o fiel escudeiro seguia
como o agouro que acompanha
ou a sombra que segue.
Minha fiel amada, adiante os perigos
um homem não é homem se não levanta a espada
um cavaleiro não tem honra se não levanta a cabeça
um amor não é amor
se não se arrisca tudo.
Adiante então de lança em riste
na cruzada infinita por aquilo em que se acredita.
de João Natal
24 de abril de 2008
MULHER SELVAGEM
O ARQUÉTIPO DA MULHER SELVAGEM
"O arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por detrás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda a arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher
E então o que é a Mulher Selvagem?
Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto no mundo visível quanto do mundo oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.
(...)
Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela é a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É à procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo o que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos conhece; nós somos os seus pensamentos.
(...)
Onde vive a Mulher Selvagem?
No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e nos Oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce.Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora."
(...)
in "MULHERES CORRENDO COM LOBOS" - de CLARISSA PINKOLA ESTÉS
23 de abril de 2008
Neste momento de pêsames diante da barbárie humana que passamos:
Chico Xavier
Meu carinho, solidariedade e clamor por JUSTIÇA:
Isabela Nardoni
Izabela Tainara Faria
João Hélio Fernandes Vieites
Beatriz Santos de Paula
Jenifer Soares de Lima
Renan da Costa Ribeiro
Paulo Vinícius de Oliveira Chaves
Guilherme Custódio Morais
Moisés Alves Tinim
Priscila Gomes de França
Vinicius Pereira de Souza... etc
E todas as demais crianças e adolescentes das periferias, favelas, invasões, morros, valas, ruas, zonas rurais de conflito, que viveram na pobreza absoluta ou além do limite da miséria que foram torturadas e assassinadas e nunca chegaram a ser localizadas, reconhecidas e nem sequer tiveram um funeral descente nesse nosso Brasil.
21 de abril de 2008
Minha eterna Rainha
Tu nunca bates no meu pensamento à hora de entrar.
Chegas de repente, invades tudo,
e é impossível te expulsar
porque então já sou eu que te procuro.
Não escolhes momento.
É na hora séria ou na hora triste,
na hora romântica, ou na hora de tédio
por mais que me encontres fechado em mim mesmo
entras pelo pensamento, -
clara fresta, vulnerável
às lembranças do teu desejo.
E quando chegas assim,
estremeço até regiões ignoradas
me levanto, e saio, sonâmbulo, a te buscar, a caminhar a esmo...
Chegas - como uma crise a um asmático, -
e então preciso de ticomo preciso de ar,
e tenho a impressão de que se não te alcanço,
se não te encontro,vou morrer, miserável,
como um transeunte nas ruas,
antes que o socorro chegue para salvá-lo...
alcançar-te é um suplício...
Teu amor para mim - é humilhante a confissão -
Depois que consegues atingir meu pensamento
tua posse é uma obsessão,
não é amor, é vício...
J.G. de Araújo Jorge
Deliciaaaaa...
Aos pés da deusa
Eis minha senhora, é pela sua mão,
que minha carne treme,
é pela dor que me causa, que meu olho chora,
deusa encarnada,
usa os homens como descanso para seus pés,
pisoteando a carne esfolada, ri dizendo:
apenas um capacho, isso que tu és!
reclamo, choro, peço piedade,
mas ela pega o chicote,
e golpeia-me com crueldade, grita:
deixa de ser fracote! me flagela,
para minha felicidade,
e assim, minha rainha,
atinge seu gozo melhor, à custa da minha dor,
à custa do meu suor,
mais calma, ela me concede,
que eu lhe lamba a sola, me humilha e fala:
mas enquanto lambe, rebola!
minha deusa está cansada,
ua sola está suada,
lambo sôfregamente,
a substância salgada,
e antes, que eu me esqueça,
não pensem mal da minha dona,
ela não é má,
depois afaga minha cabeça, e me diz:
minha coisinha chorona...
ela me puxa pela coleira,
então me envolvo em suas pernas,
que beijo e lambo da melhor maneira,
e rezo, para que aquelas horas sejam eternas...
Feetman
20 de abril de 2008
Meu dia de verão
19 de abril de 2008
O amigo de meu pai...
Jorge Amado
As frases perdem seu sentido, as palavras perdem sua significação costumeira, como dizer das árvores e das flores, dos teus olhos e do mar, das canoas e do cais, das borboletas nas árvores, quando as crianças são assassinadas friamente pelos nazistas? Como falar da gratuita beleza dos campos e das cidades, quando as bestas soltas no mundo ainda destroem os campos e as cidades?
Desejo
Eu sou o fruto do teu pecado.
Cada curva...
O fruto do teu desejo.
Sou a doçura da uva
O picante, o azedo.
Sou fruto da tua imaginação
Fruto da tua loucura, da tua fúria.
Sou o fruto na mão
O deleite na boca
A languidez no teu corpo...
Sou fruto fluido
Fruto maduro
Fruto proibido.
Sou a maçã rubra lá do alto
Sou fruta gula...
Tentação.
Fruta carne
Nua e crua
Fruta vontade...
FrutAção.
Carolina Salcides
17 de abril de 2008
16 de abril de 2008
Amor
Me sufoca
Me enrosca
De forma natural
se entregue
Me pega
Me laça
Me abraça
Vem me induzir aos seus anseios
e aos meus desejos tão loucos
que aos poucos vão nos consumindo
de tanto amor e prazer
Eu quero seu amor a qualquer preço
Quero que você me tenha por inteiro
Quero seus beijos ardentes
tão doces... tão quentes...
e me embriagar no perfume do seu corpo
para que possamos viajar
nesse amor tão bonito.
Mário Quintana
Silêncio
Mahatma Gandhi
A Voz Do Silêncio
Desprezo
O divã, Martha Medeiros
15 de abril de 2008
Vamos abrir os olhos e refletir...
Antigamente, a felicidade era uma espécie de "missão" a ser cumprida, a conquista de "algo maior" que nos coroasse de louros; a felicidade demandava o "sacrifício", a renúncia, a luta contra obstáculos. A idéia de que a felicidade se "constrói" já ficou para trás. Hoje, felicidade é ser desejado.
A idéia de felicidade não é mais interna, como a dos monges, ou a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. Felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento. McLuhan escreveu que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um "avião", peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas... Felicidade não é mais lenta ou contemplativa - é velocidade. O mundo veloz da Internet, do celular, do mercado financeiro nos imprimiu um ritmo incessante, uma gincana contra a idéia de morte ou velhice, melhor dizendo, contra a obsolescência do produto ou a corrosão dos materiais.
Somos "felizes" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, bagatelas, micharias. Uma alegria para nada, para rebolar o rabo nas revistas, substituindo o mérito pela fama. Essa infantilização da felicidade pela mídia se dá num mundo em parafuso de tragédias sem solução, como uma Disneylândia cercada de homens-bomba. Não precisamos fazer ou saber nada; o sujeito só existe se aparecer.
Há alguns anos, a infelicidade a tragédia ainda provocavam escândalo. O Holocausto, Hiroshima - jogaram o mundo em cava depressão, mudou a visão da vida. E hoje? O crime hediondo está mais aceito, o Iraque é apenas um assalto corriqueiro à razão, estamos acostumados ao horror como um cotidiano inevitável. O horror deixou de ser um susto - faz parte da vida. A incessante pantomima da alegria movida pelas novidades eletrônicas, pelo marketing inovador da tecnociência serve para camuflar a melancolia que nos atinge e que temos de "forcluir", tirar de cena, como dizem os analistas, essa pobre minoria de defensores da razão.
O pensamento humanista está lamentoso de tanto absurdo. De que adianta falar em compaixão ou afeto a propósito de um menino de 13 anos que decepa a cabeça de um colega com um machado, com as mães atirando filhos nas lixeiras e brejos? Como falar em democracia com muçulmanos analfabetos, que desde o século VII se massacram por um ser inexistente, educando crianças-bomba nas "madrassas", para extirpar qualquer resquício de razão no Ocidente, enquanto, do outro lado, os monstros caretas do Bush repetem mantras da Bíblia fundamentalista?
Para a felicidade, só nos resta "não ver". Fechar os olhos. É uma lista de negativas: não ter câncer, não ler jornal, não ligar para as tragédias, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ver os cadáveres explodidos na TV, não ter coração, se transformar num clone de si mesmo, num andróide programado para ter esperança, vivendo um presente infinito e longo, incessante e delirante como um "rave" sem fim.
Há um grande livro de science-fiction (talvez o maior) "Tiger Tiger" (antigo "The Stars my Destination"), de Alfred Bester, no qual há um grande SPA em Marte para super-milionários onde eles teriam a suprema felicidade de viver extirpados de todos os sentidos, apenas os cérebros funcionando em "alfa", livres de qualquer angústia. Um dia, chegaremos lá.
Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos, brilhantes indivíduos, celebridades que fujam do escuro anonimato e o desejo de virar pó, de ser uma formiga obediente, conduzida por um comandante qualquer.
E tudo sempre em nome da palavra-chave da época: a liberdade, que todos fingem querer, a liberdade respirando como um bicho sem dono entre o individuo e a massa, a liberdade - esta coisa que provoca tanta angústia. O Big Brother do capitalismo de mil olhos se apossou de uma nova mercadoria: a liberdade. A América corporativa se apossou até da consciência crítica e fetichizou-a. Num filme como "O Clube da Luta" ou "Matrix", vemos a chamada crítica ou autocrítica "de mercado", um estratagema para incorporar a idéia de transgressão e ódio ao sistema e, assim, paralisá-la. Vejam a passividade da juventude norte-americana, que só agora começa a acordar para o monstro Bush; comparem- na com os milhões contra a guerra do Vietnã. A liberdade/felicidade virou mais uma camuflagem do capitalismo.
No fundo, temos uma secreta nostalgia da submissão. A liberdade dá angústia. Dostoievski acerta na mosca, prevendo o tempo de hoje, quando no espantoso e profético capítulo de "Os Irmãos Karamazov", intitulado "O Grande Inquisidor", nos escreve do passado, na grande diatribe do inquisidor a Cristo: "Você esqueceu que o homem prefere a paz e mesmo a morte ao invés da liberdade de ter de escolher entre o bem e o mal? Pode ser muito sedutora a idéia para os homens de “livre arbítrio”, mas nada lhes é mais doloroso. Em vez de princípios sólidos que pudessem tranqüilizar a consciência humana para sempre, você escolheu noções vagas, enigmáticas, tudo que vai além da possibilidade humana, e assim você agiu sem amor por eles, você, que diz ter vindo salvá-los! Você aumentou a liberdade humana, em vez de confiscá-la! (...) depois de 15 séculos, que restou? Você não conseguiu elevar ninguém até a sua altura divina! O homem é muito mais fraco e vil do que você imaginou".
É isso aí... O chamado "indivíduo" livre está cada vez mais ridículo. O "eu" virou um privilégio para meia dúzia de loucos e, claro, para as grandes corporações donas do mercado do desejo. Entramos no século XXI regidos por deuses malucos, do Oriente ao Ocidente. Na realidade, chegamos ao século VII, apenas com tecnologia avançada...
ARNALDO JABOR
14 de abril de 2008
A carta de um Homem
13 de abril de 2008
Sei-te de cor
Sei-te de cor
Sei de cor
cada traço do teu rosto,
do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor
sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
não digas que a louca sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor
sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor.
sei cada capricho teu e o que não dize
sou preferes calar deixa-me adivinhar
não digas que a louca sou eu
e for tanto melhor amor sei-te de cor
sei de cor cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor
PAULO GONZO
10 de abril de 2008
Postagem do Cavaleiro Solitário Capitão da Meia Noite
Eu e você frente a frente...
É o medo e o desejo;
É desconfiança e a esperança;
É o grito e o silêncio;
É o gelo derretendo a mão no fogo...
Eu e você frente a frente
É ter sempre que me confrontar;
Encarar meus erros e as minhas razões...
As minhas verdades e as minhas ilusões;
Meu poder e a minha impotência;
A minha liberdade e os meus limites...
Quando eu estou na sua frente,
Eu sinto toda a minha dor,
Mas só na sua frente eu posso sentir todo o meu amor.
Luís Antônio Gasparetto
Deliciosamente excitante...
Sofres, porque sabes como te chamas, mas ignoras quem és
Sofres, porque cada satisfação é paga com muitas insatisfações
Sofres, porque quase sempre o que desejas, não é o que precisas
Sofres, porque não vais além do coração. E porque o coração não vai além de ti. E porque ambos se atrapalham
Sofres porque tens medo e porque tens medo de ter medo
Sofres porque tens dificuldade em olhar para a frente. E porque olhar para trás te pode transformar numa estátua de sal
Sofres porque a tua infâmia pode preencher a primeira página, e porque a primeira página nunca fala de ti, nem que seja para mostrar a tua infâmia
Sofres porque grande é a sensação de ameaça e porque enorme é o tédio do desespero tatuado fundo
Sofres porque o que te faz feliz, te faz infeliz
Sofres porque a vida é amarga e doce é a ilusão
Sofres porque sabes tudo isto, e desconheces tudo isto, e porque o conhecimento ou o desconhecimento das coisas são sempre a primeira e a última das razões para invocares o teu sofrimento...
Mas
Amo-te
Por que habitas um palácio imaginário
Amo-te porque sabes quem me és
Amo-te porque a satisfação vem com cicatrizes, mas preferes o pó do enxofre, ao ar puro, mas estéril
Amo-te, não por aquilo que precisas, mas porque te quero
Amo-te, porque entre tu e o teu coração, estás aquém de tudo
Amo-te, porque tens medo
Amo-te, porque o sal que te corta os lábios, tempera-me os beijos
Amo-te, porque não preciso de nenhuma página para te procurar
Amo-te, porque me ameaças com desespero
Amo-te, porque me fazes feliz e me fazes infeliz
Amo-te, porque a vida é amarga, mas doce é a ilusão
Amo-te porque sei tudo isto, ou desconheço tudo isto, e porque o conhecimento ou desconhecimento das coisas serão sempre apenas um pretexto para invocar o meu amor.
Amo-te, porque sim.
Escrito por Careca
AnaLuar
9 de abril de 2008
APENAS POR AMOR
Eu conheço a tua estrada
Cada passo que vai dar
Teus desejos e vazios
Quantas pedras vai pisar
Sem jamais pensar que eu
Feito rocha volto pra você
Sei quando você respira
E o que não quer fazer
Você vive tudo errada
Só não quer reconhecer
Ah! Se o céu viesse inteiro
Esse céu em chamas desabasse em mim
Te mostrando a minha dor.
Por amor
O que você já fez apenas por amor
Quantas vezes gritou ou teve um gesto simples
De emoção dividiu o próprio coração
Amou com a mesma mania
Que sempre foi só minha.
Por amor
O que você já fez na vida por amor
Se perdeu ou se encontrou
Conta a verdade agora, mas não inventa história
Quanto existe em você nessa mentira
É como se o mar viesse de repente
Como enchente desaguando em mim
Aumentando mais a dor.
Por amor
Quantas vezes o teu orgulho foi ao chão
Mesmo tendo razão
Assim como estou agora
Sem forças pra ir embora pra esquecer
A mania que ainda é forte e minha
Queimando dentro do peito
Perdoa se eu te quero
Ou se apenas sou sincero
Dói demais saber que você não é minha
É como se o mar viesse de repente, como enchente
Desaguando em mim.
Composição: Mariella Naval
7 de abril de 2008
Muita saudade !!!
Recolho-me, enrolo o corpo sobre si próprio, como se fosse um envelope que se fechasse por dentro, selo a alma, apago a luz e as letras deixam agora de brilhar, palavras mortas, metáforas gastas num prenúncio de fim. Não estás, não estou, aqui, já, para te abraçar, para me abraçar. Por mais braços que invente, não encontro nas palavras os sentires que me permitam tocar, tocar-te, não estás aí!
O sol ardente, queima a pele, curte-a, abrasa-a, secando cada pétala, cada folha, num único e último suspiro, num pequeno sopro, que, anuncia o final da vida, o fim da Noite, o início do dia!
Postado no Blog NOITE
Saudadesss !!!
Esta noite fui abrir o perfume inebriante onde a minha alma se perdeu, fechei os olhos à saudade imensa que aprisiona os meus desejos e mergulhei a memória nas tardes e noites em que, enamorados, os nossos corpos cantaram hinos de alegria, êxtases e suspiros, em perfeita harmonia de sentires.
Agora, apesar de passear solitáriamente pelos jardins encantados do nosso amor, lanço o meu olhar azul, um pouco esbatido pela cor da tua ausência, aos horizontes prometidos de pássaros azuis e águias douradas que sei nos serão devolvidos quando chegar o tempo do reencontro.
Sei que ouves a minha voz onde quer que te tenham aprisionado e quero que saibas que ressoam na minha casa os teus passos e os teus risos feitos das flores que descobriste no meu corpo.
A minha alma nasceu a partir da tua
e o mar que me inunda tem origem nas águas do teu rio.
Hoje, o que eu escrevo com cor de sangue,
sou eu a desfazer-me em lágrimas.
Teresa
3 de abril de 2008
...alma
Depois de termos pesado o Sol e medido os passos da Lua e delineado minuciosamente os sete céus, estrela a estrela, restamos ainda nós próprios. Quem poderá calcular a órbita da sua própria alma?"
Oscar Wilde, in 'De Profundis'
2 de abril de 2008
Maestro Alex - Dom
...minha alma
Sou um estrangeiro para minha alma.
Quando a minha língua fala, o meu ouvido estranha-lhe a voz.
Quando o meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, o meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e a minha alma interroga a minha alma.
Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.
Sou um estrangeiro para o meu corpo.
Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que a minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que as minhas profundezas não reconhecem.
Acordo pela manhã, e acho-me prisioneiro num antro escuro, freqüentado por cobras e insectos.
Se sair à luz, a sombra de meu corpo segue-me, e as sombras da minha alma me precedem, levando-me aonde não sei, oferecendo-me coisas de que não preciso, procurando algo que não entendo.
E quando chega a noite, volto para a casa e deito-me numa cama feita de plumas de avestruz e de espinhos dos campos.
Idéias estranhas atormentam minha mente, e inclinações diversas, perturbadoras, alegres, dolorosas, agradáveis.
À meia-noite, assaltam-me fantasmas de tempos idos.
E almas de nações esquecidas fitam-me.
Interrogo-as, recebendo por toda resposta um sorriso.
Quando procuro segurá-las, fogem de mim e desvanecem-se como fumaça.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e não há no mundo quem conheça uma única palavra do idioma de minha alma...
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um poeta que põe em prosa o que a vida põe em versos,
e em versos o que a vida põe em prosa.
Por isto, permanecerei um estrangeiro até que a morte me rapte e me leve para minha pátria.
Khalil Gibran
Não existo, ou só existo.
Começo a correr...
O céu pelo mundo, os vagalhões dourados, o desespero do instinto feroz, as enxurradas dos sóis e das pedras, os mortos que se levantam para dançar, o descabelado, o frenético, as forças monstruosas e cegas, o sufoco do calor a pique no Verão, a nuvem em Dezembro que é sempre a mesma, a árvore, duas folhas cinzentas a cair, o som de sinos, cães vadios a enroscarem-se para dormir...
Por dentro disto corro.
Por dentro disto sonho.
Violo o espaço sonho adentro, lua de coral a trepar pelos ossos da montanha.
Neste silêncio, o sonho atira-me braços desconformes.
Pega-se-me...
Em vão luto contra o fluido que avança para mim em exaltação de frenesim e nervos.
Um cão, focinho de ternura.
Uma manhã de chuva, onde me encharquei com vontade, o momento em que demos as mãos em pequenos fios de água.
Cor, tinta, papel em saudades impossíveis.
O mistério que me desfaz num único golpe.
Pedras gastas pelos passos, e que os meus passos ajudaram a gastar.
O ruído inaudível da chuva na vidraça.
O mundo varrido a vento.
Tudo isto de vai edificando pelo lado de dentro, cresce por e para dentro, como se não coubesse no mundo, o friso incompleto de uma cidade fantástica, o alto relevo de uma figura em delírio, o mistério envolto em bruma e vapor, um cão grande a descansar, a cauda de um cometa a pintar o céu, três amigos e uma mesa de madeira, o vinho é bebido em badaladas esquecidas, a manhã pode chegar devagar...
Neste momento, ou eu não existo, ou só eu existo.
Pinto o mundo com pincéis amarelos, respiro e os muros caem.
Não assalto, invado.
Não tenho sonhos, deliro.
E quanto mais depressa corro, mais me encharco deste sentir.
A roupa pesa-me. Tiro-a.
Carrocel, tropel mágico a galope, desesperado e caótico, cataratas de estrelas, jacto de portento que caminha para o infinito, arastando alma e lógica, lógica e absurdo, absurdo e deus.
Começo a voar...
Não sei o que quero, o que quero, no que creio ou não.
Sou um fantasma com fome de corpos, uma ideia em queda livre.
O coração descompassado e arrítmico lança-me alertas.
Não o ouço.
Não o preciso.
Salto por cima das covas, sou arrastado contra os ventos, sinto o pó a ficar para trás, de ouvido de encontro ao mundo, em imensidão sem nome.
Sou mudo e existo.
Existo sem palavras para existir.
O minuto entre nadas, a correr nas pontas dos pés.
Roleta russa entre o que há e o que sou, quer existamos, quer não.
Sempre por dentro, sempre para dentro.
Sou um cão esfaimado a roer côdeas.
Uma aranha à espreita, com o estômago vazio, um salto brusco no vácuo, tábua rasa com veneno na algibeira.
O meu salto a tocar no mundo, como quem corta nervos, e o mundo sente-me como quem não consegue parir.
Chovem pianos, as palavras já não servem aos músculos, dão de caras com a luz, a guilhotina em movimento descendente, a forca muito bem esticada, a gota de veneno no vómito que não cai, o sonho possível na tragédia, o desejo encarniçado de impossíveis, vôo de rastos com restos de pó, em descarne de medula, a exigência de um eterno.
Cada coisa é infinita, cada vida é infinita, tudo é caos e espanto, o ar carregado de frio e humidades, as bolhas pesadas de água e pó.
O corpo pede-me calma...
Não o ouço.
Não o tenho...
A ternura é húmida e o mundo é voragem.
O sonho arranca-me as peles. Eu sei que são as melhores coisas da vida que nos arrancam as melhores lágrimas, mas eu luto com a morte até ao último despedaço, escarneço, sou fluidos, estou nas minhas mãos.
Branco
Nú
Doirado
Fundo
Flores comidas em silêncio, numa janela muito alta.
As órbitras explodem aos encontrões pela noite, escorrem sonhos a galope, os braços são lanças flamejantes apontadas ao proibido.
Roubo os xailes às velhas e danço com elas, forro-lhes a vida a poentes vermelhos, o sorriso que cresce como convulsões na garganta.
O meu grito, testamento de deus, sei lá se existe ou não, eu atiro os olhos aos telhados, as gavetas são arrombadas, o dia que cheira tão bem, uma bailarina rodopia sozinha no centro de um coliseu.
Eis-me.
Estendo as mãos para me apresentar, descoberto, dorido, frustre, imenso.
Cresço, grito, corro, avanço, vôo, balanço no vento com aquela réstia de luar, pendurado numa corda.
Verde, roxo, violáceo, lilásico, obsceno, reles, admirável, arfante, a embalar ventos e berços. Choro como quem chove, grávido do mundo.
Sinto as pernas como labaredas, o coração é um comboio, resquício flamejante de escarlate.Não páro.
Não páro...
Eu sou a queda e aquilo que cai, o embrião que reclama a sua entrada na vida...
Perco-me enfim,e finalmente,caio ao chão.
Ouço o tempo estilhaçado a latejar nos ouvidos.
As pernas a tremer, o coração no limite do bater.
As nódoas de sangue nos cotovelos.
O peso da Via Láctea na base da cabeça.
O céu profundo,
o céu profundo,
de lés a lés,
de lés
a
lés,
conheço-o agora.
O meu nome.
É homem...
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso
Musica em minha vida para tocar a tua!
"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist
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