EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

28 de dezembro de 2010

... seu nome é MULHER !!!


Muito embora tenhamos absoluta certeza de que a morte não é uma entidade, mas sim uma fatalidade e, deste modo, não possui imagem muito menos rosto, na maioria das vezes pensamos nela como uma entidade com imagem, forma e rosto, tentando caracterizar aquilo que inevitavelmente não pode receber qualquer designação corpórea por tratar-se do destino de todos, a qualquer tempo e sob qualquer circunstância.

Muitas vezes deparo-me com a idéia da morte parecer-se com uma mulher. Não uma mulher fatal, insinuante, vestida de vermelho cor de sangue, sorriso maledicente nos lábios, olhar penetrante e corpo escultural pronta para nos abraçar com o frio afago do último suspiro que possamos ser capazes de dar em vida. E neste abraço reside o fim de nossos dias, fim de nossas esperanças, amarguras, convicções e, principalmente as possibilidades que poderiam descortinar-se à nossa frente. Este, talvez, seja o estereotipo mais comum que perscruta os corações e mentes de seres humanos viventes que ou esperam pela sua chegada ou que sabem que, qualquer dia, qualquer hora, ela virá lhes visitar com a finalidade única e exclusiva de dar-lhe o abraço final.

Todavia, acredito sim que a morte se assemelhe a uma mulher, porém não uma mulher fatal e insinuante. É uma mulher dócil, de olhar gentil e afável, que sorri com aquele mesmo ar enigmático da Mona Lisa, que está sim de braços abertos à nossa espera não para uma abraço frio e repleto de dor e ansiedade. É uma abraço fraterno de quem ansiosamente nos esperava e nos tinha na conta de que nosso fim seria apenas um começo e que sua chegada deveria representar ato de resignação e comiseração por nossos atos, pensamentos, palavras e omissões.

Esta mulher é um ser etéreo que possui no olhar não o brilho da vida, mas também não traz a escuridão da morte. Seu olhar é doce e singelo, até mesmo porque ela sabe que nosso medo e nossa ansiedade por sua chegada não deve significar mais sofrimento ou mais dor, apenas deve evidenciar um fato impossível de ser evitado, mas que deve ser recebido sem qualquer expectativa, já que esta expectativa existia até aquele momento.

Ela nos mostra que qualquer expectativa ali se encerrou, findou-se uma existência que deve ser comemorada, celebrada e refletida naquele momento tal qual um filme de grande produção artística. Ela sabe que não é momento de dor absoluta, de ausência completa de sentimentos, pois apenas estes nos restarão a partir do momento final. Sim, acredito que é uma mulher de fibra que nos espera sem irresignação pela sua tarefa, uma atividade necessária não apenas de forma geral, mas em especial no que se refere à necessidade de cumprimento dos ditames biológicos e existenciais da raça humana.

Sem dúvida é uma mulher, feminina e sensível, que nos espera com complacência e com dignidade, almejando também que tenhamos dignidade, pois apenas os idiotas acreditam que não há dignidade na morte. Ora, se a vida foi assim vivida porque na morte nos tornamos indignos? Existe a minúscula possibilidade de que após termos vivido uma existência repleta de experiências, de aprendizado, de convivência não apenas com aqueles que nos são caros, mas com a mais diversa gama de pessoas e deles extraído sempre aquilo que de melhor podiam elas no dar; de ter usufruído de imagens, sons, gestos, mensagens e experiências únicas, mesmo assim acabaríamos por encerrar esta trajetória fantástica cercados de indignidade, mesquinhez , dor e sofrimento.

Apenas idiotas, descrentes e aqueles que não souberam aproveitar suas vidas na mais absoluta integralidade do espetáculo particular que esta representa para cada um de nós, pode supor que a morte seja algo indigno, deprimente ou mesmo insignificante. Esta mulher nos mostra que, na realidade, acrescentamos experiências para aqueles com quem partilhamos nossa existência, bem como somos chamados a partilhar a existência de outros com o intuito de nos aprimorarmos tal qual um aprendizado, do qual a morte também faz parte, integra nossas existência não apenas para sobre ela descerrar o pano do fim de cena. Serve também para exigir de nós uma necessária reflexão sobre o que fomos, o que fizemos e o que pensamos e agimos ao longo de nosso périplo neste pequeno planeta azul.

Sem qualquer dúvida é uma mulher de meia idade com a qual o tempo não foi ingrato, até mesmo porque ela sabe muito bem esperar a hora, o momento certo, aquele momento em que se apresentará, com um sorriso fraterno nos lábios, braços abertos e um olhar cálido e suave que sabe muito bem sobre nossos temores e inseguranças neste momento que representa de forma emblemática o gran finale da ópera magistral que foi nossa existência e o modo com que este espetáculo modificou a razão de ser de cada um daqueles seres com os quais compartilhamos a mais ínfima das oportunidades e, reciprocamente, como estes doces momentos foram cruciais para que aprimorássemos nossa capacidade de compreender o mundo que nos cerca, nossa própria existência e , principalmente, a razão de ser de tudo que foi criado.

Analisando este aspecto sobre a morte, impõe-se a nós um questionamento extremamente significativo para todos nós: como é possível alguém ser capaz de pensar na possibilidade de tirar sua própria vida? Como cabe imaginar-se que um ser vivente pode supor a possibilidade de dispor de algo que lhe foi dado com enorme carga de amor, carinho e dedicação? Vamos nos deter nesta consideração por um pequeno instante e sobre ela meditar.

Sob o ponto de vista meramente biológico, estudos recentes comprovam a tese inicial que a vida deu-se por conta de um acidente bioquímico na aurora dos tempos. Uma oportunidade única que a mãe natureza aprimorou em suas qualidades a fim de produzir algo singular e especial: a vida, a concepção do fruto pensante sobre a terra também recém-nascida. Ora, quem é capaz de negar que, sob este único aspecto, a vida foi uma dádiva que se repete eternamente, multiplicando oportunidades e possibilidades de futuro e de otimismo? Não, lamentavelmente, ninguém, acredito, seria capaz de construir qualquer argumentação capaz de sufocar esta idéia.

Assim, como podemos imaginar dispor de alguma coisa tão superior a nossa própria capacidade de compreensão, valendo-nos de torpe ato de encerrar, sem mais nem menos, aquilo que se iniciou com um milagre acidental e que nos propiciou toda esta maravilhosa universalidade que nos rodeia, nos invade e nos torna mais próximos de algo superior a nós mesmos?

Passando para um outro aspecto, se considerarmos que a existência humana sobre a terra pode ser única – ou seja, nós somos uma concepção única e esplendorosamente singular – que, com certeza não podem ser reproduzidas em qualquer outra dos milhões de estrelas existentes no cosmo infinito. E mais uma vez nos defrontamos com a ambigüidade contida na capacidade de um indivíduo em retirar a sua própria vida.

Desta forma, temos uma assertiva cujo conteúdo não pode ser refutado sobre qualquer aspecto que se analise evidenciando que renunciar sobre a própria vida, além de incompreensível, não ontem qualquer razoabilidade em ser objeto da ação de alguém que deseja por fim à sua existência, seja qual a justificativa por ele adotada.

Aliás, nada mais torpe é imaginar-se alguém buscar a autodestruição através do consumo de drogas e psicotrópicos, consumindo a si mesmo e a todos que o amam de forma lenta, gradual e desprezível, assemelhando-se a um consumismo tolo e sem qualquer objetivo que não seja a fuga da realidade. Fugir de si mesmo parece-nos um comportamento recorrente do ser humano, que cria expectativas cuja grandeza acaba – se frustrada – gerando uma enorme decepção e, via de conseqüência, deságua em uma enorme sensação de insegurança, medo e, finalmente o desespero, desespero este que torna o indivíduo frágil até mesmo em face de seus próprios pensamentos, criando motivo e oportunidade para que qualquer “muleta” psicológica sirva-se desta fraqueza de espírito obliterando as perspectivas do ser humano e tolhendo suas habilidades naturais de sobrepor-se aos obstáculos que diariamente se lhe apresentam, enfraquecendo não apenas sua mente e sua alma, mas também o seu coração tolhido por medos, fraquezas inconfessáveis e uma enorme escuridão, que atirará este ente num torvelinho de dependências cujas conseqüências ele não será hábil em evitar.

Sabemos, portanto, que a morte deve ser realmente uma mulher, até porque irrefutável é o fato de que a mulher foi dotada de capacidades de amar, ser amada, de compreender e de aceitar, que seu parceiro nem de longe imagina que ela possua. Apenas uma mulher possui a necessária sensibilidade para compreender as perdas que as crises nos oferecem e sobre elas ponderar encontrando, sempre, o melhor caminho em meio às brumas que permeiam a nossa existência.

Realmente, não podemos negar que se a morte possuísse uma entronização humana, esta seria a figura doce e carinhosa de uma mulher que sempre nos espera e sempre nos compreende – até mesmo porque, não podemos negar que apenas uma mulher é capaz de compreender outra mulher – e, desta forma considerada, sabemos que a morte, embora esteja muito distante de ser algo dócil, deve ser encarado como uma parcela resolutiva de uma existência digna e, somente assim, poderemos respeitar a morte como um evento digno sem o qual qualquer existência – seja a de um herói, seja a de um criminoso – não teria o menor sentido, a menor razão de ser: existir é uma experiência maravilhosa que, como uma história bem contada, possui começo, meio e fim.



Abraços Fraternais a todos que leiam esta pequena digressão.

Antonio de Jesus Trovão


Minorias Sexuais



Sadomasoquismo: prática saudável ou perversão

Glycia Emrich

Se antigamente práticas como o sadomasoquismo eram vistas com maus olhos e odiadas pelos puritanos, hoje em dia nos deparamos com um erotismo mais diversificado, com uma proliferação de grupos considerados “minorias sexuais” devido ao tipo de prática sexual ou à sensação de prazer que adotam.

Práticas sexuais qualificadas como violentas ganham lugar, visibilidade, aceitação e acessórios – ao menos em sex-shops, cada vez mais comuns. Toda essa parafernália e divulgação funcionam como uma comprovação: as pessoas, sim, buscam novas alternativas eróticas que transgridam as restrições impostas pela sexualidade como exercício da reprodução.

São os amantes da pornografia, quando o conceito é entendido como “expressões escritas ou visuais que apresentam, sob a forma realista, o comportamento genital ou sexual com a intenção deliberada de violar tabus morais e sociais”, explica Maria Filomena Gregori, professora do IFCH/UNICAMP e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero – PAGU, em seu artigo “Prazer e Perigo: Notas Sobre Feminismo, Sex-Shops e S/M”, in Sexualidade e Saberes: Convenções e Fronteiras (Ed. Garamond Universitária).

Os praticantes desse tipo de sexo socialmente não valorizado procuram transgredir as restrições que impedem o livre exercício da sexualidade.

BDSM

A sigla acima significa “Bondage (as técnicas de imobilização), Disciplina, Sadismo e Masoquismo”. No dicionário, sadomasoquismo é definido como perversão sexual, sempre com a ideia de pessoas envolvidas em um comportamento coercitivo ou abusivo.

Mas, para quem pratica, o BDSM é um jogo erótico de poder e não um abuso físico. Os participantes de encontros e casas fechadas para quem adora a brincadeira frisam que as práticas se dão em meio a um contexto de segurança e são estruturadas a partir da negociação e comunicação entre as pessoas envolvidas. São encenações quase teatrais.

“São, seguro e consensual”: esse é o grito de guerra dos adeptos dessa prática e mostra, para quem taxa essas relações com preconceito, que tudo é feito com muito cuidado. Susan Wright, diretora política da NCFL - National Coalition for Sexual Freedom (Coalisão Nacional pela Liberdade Sexual) define o que cada uma dessas três palavras representam:

- São: saber diferenciar entre fantasia e realidade. Vale lembrar que o consentimento consciente não pode ser dado por uma criança (por isso só brinca quem é adulto) ou por alguém que esteja sob efeito de álcool ou drogas.

- Seguro: conhecer as técnicas e preocupar-se com os itens de segurança que estão envolvidos no que você está fazendo. É também a responsabilidade de proteger você mesmo e seu parceiro das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), incluindo a infecção pelo vírus do HIV.

- Consensual: respeitar os limites impostos por cada um dos participantes durante todo o tempo. Alguns usam uma palavra de salvação (safeword), que é uma palavra escolhida para sinalizar que a cena deve diminuir de intensidade ou parar. O mesmo comportamento pode ser criminoso sem o consentimento e muito prazeroso com o consentimento.

A arquiteta L.M., 36 anos, pratica o jogo há oito meses. Mãe de dois filhos, casada com um engenheiro químico, ela participa de encontros quase toda semana. “A gente brinca com o que nos dá prazer. Todas as práticas são consensuais e é isso que faz a excitação funcionar. O lugar é cheio de donas de casa, professoras, advogadas. Não somos seres bizarros ou de outro planeta. Apenas defendemos o uso livre da sexualidade, sem ter que se encaixar dentro do que é considerado ‘normal’”, conta ela.

5 características presentes na maioria das interações sadomasoquistas

- Dominação e submissão: a presença de regras de um parceiro sobre o outro e de obediência de um parceiro a outro;

- Consensualidade: o acordo voluntário para participar do jogo (interação) sadomasoquista e o respeito a certos "limites" (as regras fundamentais de como e em que direção o jogo progride);

- Conteúdo sexual: o pressuposto de que as atividades têm um significado erótico ou sexual;

- Interpretação mútua: a suposição de que os participantes possuem o entendimento partilhado de que suas atividades são de natureza SM (sadomasoquista) ou similar;

- Role playing: os participantes assumem papéis para a interação (jogo) ou para o relacionamento, que eles reconhecem não ser a realidade.


21 de dezembro de 2010

FELIZZZ NATALLL !!!


♥ Não consigo abandonar meus instintos,
muito menos minha essencia... risss !!! ♥



19 de dezembro de 2010

Queridos amigos: FELIZZZ NATALLL !!! Beijos, "X"ieros, "X"amegos e muitos Dengos!!!



"As coisas tristíssimas,vão desaparecer quando soar a trombeta. Levantaremos como deuses, com a beleza das coisas que nunca pecaram, como árvores, como pedras, exatos e dignos de amor."

Adelia Prado

... apetite voraz !!!


ARREMESSO

Porque despertar em mim esse animal
alucinado. Animal de olhos de fogo.
Selvagem e louco. Esse animal acuado
que perde sangue no jogo.
Essa fera que te ataca e te resiste.
Que por pouco não te mata.
Ah, essa desenfreada que me existe
e me devora. Porque despertá-la agora
já que há tanto vinha adormecida.

Porque assustá-la assim em meio ao sono.
Porque arrancá-la bruscamente de seu sonho
e transportá-la de repente para a vida.
Porque despertar em mim essa cavala doida
que vai te galopar de corpo inteiro.

Enlouquecida que vai se ferir em meio ao trote.
Porque atiçar esse bicho
que nessa luta vai morrer primeiro.
Que vai morrer de fome, de grito, de garganta enxuta,
de tanta entrega. Dilacerado de tanta força bruta.

Porque despertar essa besta que me habita
que se torna cruel e desumana quando aflita.
Porque gritar com ela no silêncio de um sono branco
em que já vinha há tanto.
Porque provocá-la em meio ao espanto
quando ainda não era o seu tempo.

Bruna Lombardi

Homens de calcinha e homens que gostam de vê-los são mais comuns do que se imagina.


Exocet calcinha!

Homens de calcinha e homens que gostam de vê-los são mais comuns do que se imagina - sem que isso signifique abrir mão da masculinidade

Uma calcinha, pra chamar de minha;
Um baby-doll, pra sair ao sol;
Um sutiã, pra pôr amanhã;
Meia rendada, pra ficar ousada!
(Autor desconhecido)

Era tarde de um sábado ensolarado quando Felipe Júnior**, 29 anos, saiu de casa para um encontro sexual. Ele tinha um perfil ousado em um site de paquera e, dias antes, havia recebido uma mensagem do usuário Gustavo. Estava curioso - afinal, Gustavo se dizia hétero. Trocaram MSN e marcaram, mas não sem antes Gustavo fazer um "pedido exótico". Era a primeira vez que pediam aquilo a Felipe, mas ele atendeu. Por isso, a camiseta e o jeans escondiam um bumbum recém-depilado - e uma calcinha branca bem cavada, que ele havia "tomado emprestado" da irmã...

Calcinhas para todos
Achou estranho? Pois homem de calcinha é um fetiche bem mais freqüente do que pensamos. Ocorre entre pessoas de todas as orientações sexuais, e há vários "níveis" de elaboração: enquanto, para alguns, só a calcinha basta, outros "turbinam" o look com sutiãs, meias-calças, camisolas e até com saias, blusinhas ou maquiagem.

Felipe conta que, depois da experiência, outros rapazes pediram a mesma coisa. Gustavo se identificava como hétero, daqueles "liberais" - mas nosso aventureiro também usou lingerie para um bissexual, três gays e, depois, para outro hétero. Também houve evolução no vestuário. Depois da calcinha branca roubada, que ele já devolveu, permitiu-se usar baby-doll, sutiã e até desfilar de meia-calça num sex club.

Hoje, o moço mantém uma pequena coleção de quatro calcinhas, uma das quais comprou com a consultoria de um amigo. Três, ele adquiriu de uma amiga que vende lingerie. Aliás, uma amiga que já ornamentou o próprio namorado com uma de suas peças.

Destacar as orientações sexuais e os tipos de relacionamento é importante para tentar responder as primeiras perguntas que vêm à cabeça: seriam esses homens travestis, transexuais, crossdressers (CDs)? Querem "virar mulher"? E os que pedem para usar, seriam enrustidos, com problemas em admitir que curtem outro cara? A resposta para todas elas é "não necessariamente!"

Primeiras calcinhas
O sociólogo Nando Tavares, 38 anos, é adepto das calcinhas: "Tive um namorado com quem fiquei oito anos. Ele era bi. Uma vez, pediu para eu usar. Na época, eu fazia análise lacaniana e estava tratando da minha relação com o feminino. Estava num ponto que descobri que podia brincar com essas categorias".

Tavares usa as calcinhas tanto para os parceiros quanto para si: "Eu curto usar, tanto que, às vezes, visto para trabalhar. Uso mesmo sem previsão de encontro". Para o sociólogo, trata-se de "uma categoria que está um passo antes da crossdresser".

Se for assim, Riccardo Navalha, 35, logo dará o próximo passo. Navalha ainda não usou calcinha, mas se exibe com meias 7/8 na internet, via webcam: "Estou num estágio evolutivo. Futuramente, quero virar CD, mas vai ser aquela coisa esporádica de balada. Quero ter a sensação de seduzir um homem como se fosse mulher".

Felipe Júnior, porém, discorda da comparação com as CDs, pois a história dele é outra: "Eu, por mim mesmo, não curto usar calcinha. Para eu curtir, ela tem de estar num contexto - no caso, a submissão. É aí que vem o tesão, porque estou usando pro cara como uma forma de submissão, da mesma maneira que ser xingado, levar uns tapinhas na transa. Fora dali, não uso, nem tenho vontade. Do mesmo modo, se um cara me xingar em outro contexto, leva voadora", brinca.

Jogo de calcinhas
Essa questão da dominação-submissão foi uma das mais recorrentes nas entrevistas. O jornalista João Sampaio, 40, gay assumido, é um dos que curtem ver um homem de calcinha: "Acho excitante. Destrói o mito de que calcinha é coisa de mulher. Há um mix de excitação, tesão e submissão que me deixa louco".

Ué, mas calcinha não é coisa de mulher? "Não existe coisa de mulher, a não ser a vagina - e mesmo esta pode ser fabricada. Os homens não usam por gosto ou pressão social. A submissão não está em mudar a imagem, mas em fazer algo que está na contramão da cultura. É uma forma de revolução", diz o jornalista.

Para o psicólogo e professor de filosofia Renato Z. Hoffmann, 29, o jogo de dominação-submissão de fato pode estar presente: "Se considerarmos apenas uma leitura clínica de interpretação do inconsciente, poderia afirmar que sim. Na fantasia, é manifesta toda a submissão: é prazerosa e sofrível, é humilhante e compensatória, apropria-se de todo um tabu do proibido em relação à prática assumida e em relação ao papel da mulher".

Calcinhas & Cia
Dominação e submissão também aparecem na história de Paulo Silveira, 34, outro gay assumido, que tem um relacionamento aberto de longa duração. Silveira adora efeminados e o namorado até já se vestiu de "panterinha" para ele: "Gosto da produção completa: calcinha, meia, baby-doll, vestidinho... E tem de gemer, falar fininho, ganhar nome, fazer cara de mulher, boquinha, batom... Se o cara for lisinho ou depilado, melhor".

Quando perguntado se isso não seria desejar uma mulher, Silveira, que é preferencialmente ativo, respondeu que, de certa forma, se trata de um "fetiche-tabu, porque mexe naquele estigma de haver um ativo másculo, que tem o papel de macho; e um passivo biba, que é a mulherzinha", mas que existe a "fantasia da ambigüidade. Não que você esteja penetrando uma mulher. Você está penetrando um homem que pode ser feminino. É diferente. Tem também o lance da estética. Fica bonita uma calcinha num homem. Valoriza o bumbum".

Já o gestor de processos Antônio Trevisan, 38, gosta do contraste. Para ele, quanto mais másculo for o homem que usa a calcinha - e outras peças -, melhor: "Gosto de ver o parceiro, com pêlos, usando as peças. Se ele tiver um corpo feminino, não tem o mesmo sabor".

Adepto do BDSM e dominador, Trevisan também vê um sinal de submissão no uso da calcinha, embora com outros olhos: "Dá uma sensação de humilhação, porque não é o perfil do parceiro. Pra mim, humilhação é a sensação de que você está fazendo algo que não quer fazer, faz porque é submisso. A sensação é a de que a pessoa não queria usar. Usou pra mim. Gosto de sentir isso".

Calcinhas superpoderosas
No entanto, dominação e submissão podem se ajustar de outros modos. "A calcinha me dá mais poder. Estou usando algo que as mulheres pensam ser exclusivo delas, seduzindo, tendo o mesmo poder. Estou mostrando ao homem que ele não precisa de mulher, que sou melhor. Eu só finjo que sou submisso, porque sou eu quem está no comando", diz o sociólogo Nando Tavares, que, de calcinha, nunca saiu com "gay, gay mesmo".

Essa "dominação da lingerie" pode ir além. Riccardo Navalha, que quer virar CD, assume-se preferencialmente passivo, mas curte dominar - e é em busca de parceiros ativos e submissos que ele vara noites na web. Até mesmo a suposta identificação "o que usa calcinha faz passivo", que podemos inferir a princípio, não é tão "certa" assim.

Felipe Júnior conta que, em suas andanças online, já recebeu propostas para transar com outro homem de calcinha. O outro usando a calcinha e sendo ativo.

Por: João Marinho

Transcrito do site: A Capa

Punir... hummm !!!





O meu conceito de PUNIR é propiciar desconforto e dor física, quanto às punições psicológicas a mais eficaz, que surte maior impacto ao meu escravo é o meu silencio. Transformando sua atitude em um fato ou ato extremamente grave minha punição será o meu total abandono... Meu intuito é que não fuja e nem saia da lembrança do meu escravo e que não seja esquecida a ação ou a atitude errônea que ele tomou desviando-se das minhas ordens e do meu controle. Um pênis enlaçado, apertado propicia a basilar finalidade... onde quer que ele esteja ou se mexa lembrar-se-á que tem UMA DONA que tem poder total e absoluto sobre ele. Tornando-se então a premissa DESOBEDECER = DOR+DESCONFORTO verdadeiramente incondicional. Meu escravo sentir-se-á culpado ??? com toda certeza... as cordas e as amarraras farão que ele descubra tão nobre sentimento. Além do que um pênis amarrado é BELISSIMO...

"A principal e mais grave punição para quem cometeu uma culpa está em sentir-se culpado."

Séneca

Rainha Victoria Catharina


16 de dezembro de 2010

... procelas, borrascas, vendavais


"Você sabe como eu sou despreocupada, que me encerro neste quarto e me permito todas as divagações, as fantasias, obsessões, perseguições. Todos os dias você sabe que eu me viro de inventos, que eu me reparto e dou crias que eu mal me resolvo e me agüento... Carrego pedras no bolso e enfrento ventanias".

"...Bom comportamento nunca foi meu ponto forte. Minhas contradições se digladiam, Sobrevivo de um instinto que me empurra para lugares onde moças não iriam... Sou tantas, e a cada dia uma. Quero da vida todas e mais algumas, Ir fundo em todas essas personagens".

Bruna Lombardi

Amigos...


Conchas

Procuro amigos como quem cata conchas,
entre praias, areias e pedras escorregadias.
Não tenho pressa. Escolho. Pulo as ondas.
Deixo o tempo me entreter em suas manias.


Quando encontro, ponho logo na coleção,
aquele lugar reservado desde sempre.
Alguns dão trabalho, peças exigentes,
outros acomodam-se dóceis ao coração.


O mar as vezes me traz algas, guardo-as também.
Não sou devoto das formas convencionais.
No mais, não sou fiscal de conchas. Que mal tem
se não pergunto nem exijo credenciais?


Arrisco. Meto a mão. Danem-se os caranguejos.

Rodrigo Rosa

10 de dezembro de 2010

Silênciooo...


"...SE ESTOU rodeado de silêncio, eu sou eu. E isso me basta.

Minha vida se dispersa continuamente.Como um rio que sai do leito e transborda sobre a terra. Então, tenho de abandonar muitas coisas e pensar no que é útil e bom.Só assim controlo as águas e as faço voltar ao seu leito. É como um pêndulo.Foi sempre assim.Já me acostumei a viver com essas inundações que arrasam tudo, e depois a calma,o controle,a solidão,o silêncio.É como uma longa aprendizagem. Infinita .Desconfio que nunca se concluirá"


Pedro Juan Gutiérrez

Trecho do conto Sobreviva que pode


5 de dezembro de 2010

Incorreto e insensato... hummm !!!


"...DESDE então me incomodam muito estas duas palavras:correto e sensato. São falsas e pedantes. Servem para ocultar e mentir. Tudo é incorreto e insensato. Toda historia, toda a vida, todas as épocas foram incorretas e insensatas. Nós mesmos. Cada um de nós, por natureza, é incorreto e insensato, só que nos reprimimos para voltar para o cercado como boas ovelhas, e aplicamos rédeas e mordaças em nós mesmos.

Levei essa vida dupla durante muito tempo:correto e sensato, no trabalho. Incorreto e insensato no cortiço com Miriam. Ainda não me sentia livre, mas já estava no rumo. A verdade é que não me interessa nada que seja linear, reto. Não me interessa coisa nenhuma que progrida limpidamente de um ponto a outro, e que se saiba perfeitamente que tal linha começou aqui e terminou ali!

Não.

Nunca se deve pretender ser correto e sensato e levar uma vida linear e exata. A vida é muito imprevisível."

Pedro Juan Gutiérrez

Trecho do conto Abandonando as boas costumes.

Domino !!! simmm...



"Domina ou cala. Não te percas, dando
Aquilo que não tens."

Ricardo Reis

Meu... Minha... Meu... Minha...

"Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são — como são para os outros.

Sinto isto.

A única realidade para mim são as minhas sensações.

A única realidade para mim são as minhas sensações. Eu sou uma sensação minha. Portanto nem da minha própria existência estou certo. Posso está-lo apenas daquelas sensações a que eu chamo minhas.

A verdade? É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho a certeza. Uma sensação minha? De quê?

Procurar o sonho é pois procurar a verdade, visto que a única verdade para mim, sou eu próprio. Isolar-se tanto quanto possível dos outros é respeitar a verdade."

Fernando Pessoa

Desassossegada sempre...

"E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância — irmãos siameses que não estão pegados."

Fernando Pessoa

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

Musica em minha vida para tocar a tua!

"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist

"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo
RAINHA VICTORIA CATHARINA

"De seguir o viajante pousou no telhado, exausta, a lua." Yeda P. Bernis

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos" Fernando Veríssimo

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."