EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)
29 de maio de 2008
... sempre
"E criança eu serei
até o fim de minha vida
quando deverei nascer de novo
e criança!
Adulto eu sou por acaso
no descuido do tempo
que na vida por algum lamento
fez-se grande e cresceu
como eu, um adulto feito criança.
Há um colo que me quer
e uma mão que me afaga
e se eu tornar-me adulto,
foi por falha
de alguma gente grande!"
Paulino Vergetti Neto
28 de maio de 2008
O Amor
de Victor Hugo
Pois que a beber-me deste em taça transbordante,
E a fronte no teu colo eu tenho reclinado,
E respirei da tu’alma o hálito inebriante,
- Misterioso perfume à sombra derramado;
Visto que te escutei tanto segredo, tanto!
Que vem do coração, dos íntimos refolhos,
E tive o teu sorriso e enxuguei o teu pranto,
- A boca em minha boca e os olhos nos meus olhos;
Pois que um raio senti do teu astro, querida,
Dissipar-me da fronte as densas brumas frias,
Desde que vi cair na onda da minha vida
A pétala de rosa arrancada aos teus dias…
Posso agora dizer ao tempo, em seus rigores:
- Não envelheço, não! podeis correr, sem calma,
Levando na torrente as vossas murchas flores
Ninguém há de colher a flor que eu tenho n’alma!
Podeis com a asa bater, tentando, sem efeito,
A taça derramar em que me dessedento:
Do que cinzas em vós há mais fogo em meu peito;
E, em mim, há mais amor que em vós esquecimento!
Uma Rainha Triste
Poesia chorada, como o mar sob a chuva?
Poesia aflita, como um farol no denso nevoeiro?
Poesia angustiada, como a futura mãe?
Alegre o olhar, os meus dedos são mensageiros dos deuses
E cantam o que me sobra e eu não sei entender.
Alegre o coração, escapa-se de mim um fumo de dor,
E enquanto rio, sou também lágrimas e soluços.
O acordo é uma promessa do paraíso perdido mas não morto,
pois as suas portas choram por mim em mim.
Poesia triste, triste face, coração ardente, sorriso imanente,
Tudo se comprime num verso obscuro e intocável.
Julgo perder-me num meandro de luzes e sombras,
De estrelas e pântanos, profetas e deuses.
Tarda-me a achar o caminho dos caminhos.
Aquele que, enfim, conduz a alguma parte.
Sei que tudo é — mas como conhecer o que, sendo, indica e ilumina?
Os meus gestos são pesados e lentos, pois temem
Matar o inocente e dar vida ao monstro.
Já não hesitam, porém, e quando eu puder olhar atrás de mim
A estrada percorrida, os destroços abandonados,
Os cadáveres imolados à vontade torturada,
Então sabereis os frutos a escolher e os manjares a saborear
espera-me o banquete infinito.
Iguaria ou conviva, o que importa é chegar com o destino cumprido.
Antônio Quadros
Uma Rainha Triste
"O principezinho", Saint-Exupéry
Meu Sertão... Minha Caatinga... Saudades de uma cosmopolita.
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. (...)
É um homem permanentemente fatigado.
Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude.
Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.
Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se; (...) e corrigem-se-lhe, prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos os efeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu canhestro, reponta inesperadamente o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.
... lindo e louco
Florbela Espanca
Fêmea
a que em teus sonhos vagueia,
a que procura teu sexo,
e sôfrega, lambe teu ventre,
morde teu lábio e orelha,
qual indigitada serpente.
Sou bela, a meu modo,
fera fugidia morando no caos
da tua mente.
Não tenho nome, nem sombra
ou mesmo dono,
sou apenas boca, seio
e coxas valentes,
(a te cavalgar noite após noite).
E sendo eu, assim tão amante,
espectro de fêmea liberta e ardente.
Por que insistes em tua vida deserta?
Por que recuas e me deixas ausente?
Por que, amado, despertas?"
Contado por Iram
27 de maio de 2008
Presente da Minha Amiga SeductioN
Segredos (de "Poemas Pagãos")
Ignorantes que são do poder da noite
Eles dormem. Eu caminho a esmo
Sob estrelas oriundas de tempos mortos
Ainda refletindo mistérios e segredos
À minha paixão por desvendá-los.
Visto-me da noite como de um manto
E nele me transformo no ser que sou
Criatura das sombras, vestida apenas
Pelo manto de um céu estrelado.
O vento que és tu, soprando a esmo
Encontra-me desnuda sob a noite.
Tu, criatura também do que não tem origem
Sussurras, dizendo ao meu ouvido:
Eu te cobrirei mais do que a noite.
Eu te contarei segredos mais profundos
Do que a luz milenar de estrelas.
Eu te cercarei e te darei sossego
E no meu regaço te responderei.
Por segundos alucinantes esqueço tudo
E sigo tua voz de vento. Retiro o manto
E despida até da noite, espero
Mas nada escuto... Tu não respondes.
Esquivo, impaciente, frio - tu te aquietas
E minhas perguntas caem no vazio...
Recalcitrante, cubro-me outra vez do manto
Agora escuro. Busco estrelas em meu pranto
E encontro-as - escorrendo-me pela face...
Dalva Agne
Presente da Minha Amiga SeductioN
... de ontem e de hoje
Agitaram-se as águas do pântano
por um momento
e, por um momento
adormeci os sentidos de mim
num torpor mágico de encantamento
deslumbrada
pelo mistério das almas que se mostravam
inconsciente, insisti em atravessar descalça
as águas que se moviam
confiante
que conseguiria e queria a integração
nas suas vivências
e no estender das suas mãos
de águas tépidas
que aclaravam
à passagem de ventos suaves
pequenas clareiras
de solo firme
mas não consigo
essa não é a minha natureza.
(desconheço autor)
Certezas
Criei um pequeno jardim, no meu pequeno apartamento;plantei uma árvore na praça em frente;escrevo pequenas poesias que não mostro pra ninguém,mas descobri a emoção de lê-las sozinho e até chorar.Eu aposto no valor da emoção, dos sentimentos,de pessoas que se buscam, se entrosam e se amam.
Eu aposto nas possibilidades, na amizade sincera,na beleza infinita da natureza, no brilho da lua,na justiça dos raios solares que não privilegia ninguém,na brisa que me levanta o ânimo, me dá certezas...
Eu aposto na vida, mesmo diante do maior problema,porque descobri que cada novo dia é uma folha em branco,onde posso escrever memórias, relembrar fatos e criar o futuro,futuro que rabisco com tintas coloridas, e que chamo carinhosamente de esperança...
Paulo Gaefke
Presente do Meu Amigo UZI
VOCÊ É ISSO
Paz, riqueza de espírito, anonimato...
Como vinho, quanto mais velha melhor,
quanto mais a idade chega, mais sabor tens
Você é isto...
Ternura, fragilidade, bondade,
Ação sem reação, alegria, contentamento
Você é isto...
Fé, caridade, bondade,
Resignação, senão... acalanto,
atenção, coração...
Você é isto...
Sensualidade, ternura, menina, mulher
Adulta, criança, paciência, resistência
Você é isto...
Bondade, carinho, atenção, amor, paixão...
Você é tudo isso, e eu sou um alguém
Totalmente dependente o teu amor.
Genivaldo Rosa dos Santos
Presente do Meu Amigo UZI
INDESCRITÍVEL
Tudo que vem de você é belo
divinal, encanta...
mesmo que somente pronunciar meu nome
tudo se transmuda mágico em tua boca.
Por isso me imagino
nas minhas pretensões atrevidas
como seria ouvir de você o que mais desejo.
Por certo indescritível
pois seria o momento maior da vida.
Tudo que vem de você é belo
como o episódio de dias atrás
sentando junto a mim pra saber dos meus planos.
E ontem mais uma vez o inusitado da cena
de novo não te olhei nos olhos
receando se tragado por teus feitiços.
Na hora
o ímpeto de um gesto cortês surgiu-me na cabeça
de tomar tuas mãos
silenciar-me ante aos teus enigmas
e em deleites deixar minha boca entregue a tua.
Tudo que vem de você é belo...
por isso me imagino
entregue a imensidão do tempo
como seria ouvir de você o que mais desejo
escutar tua alma dizer que me ama.
Indescritível!
Dy Lugon
25 de maio de 2008
Absurdo...
15 Mulheres são queimadas vivas no Quênia acusadas de bruxaria:
Qua, 21 Mai.
Minha Guerreira
!
"Se você treme de indignação a uma injustiça cometida a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, então somos companheiros..."
Che Guevara
23 de maio de 2008
Desencontros
A alma anda desencontrada do corpo
tenho de buscar na memória o que toquei
sigo o rasto das lembranças
até chegar ao Esquecimento.
Sinto saudades... não sei ao certo
o corpo não me responde
a alma atormentada não sente.
O tempo vivido não é o tempo sentido
sempre o tempo...
infinito na escuridão
tão escasso para a satisfação.
O Antes no Agora para o Depois,
esconde-se o vazio,
adormece-se a alma,
julgo vencer o tempo
mas permanece o desencontro...
By ccc
21 de maio de 2008
20 de maio de 2008
Minhas mãos em ti
19 de maio de 2008
Uma Rainha Triste
Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses, não
Imensa solidão
Eu sou um rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarras, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais, nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E, só porque não estás
És para mim e nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti.
Caetano Veloso
William Shakespeare
Tradução do texto "I have learned",
(resumido com algumas alterações)
William Shakespeare
EU TENHO APRENDIDO
Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de
uma pessoa mais velha;
EU TENHO APRENDIDO
que quando você está amando dá na vista;
EU TENHO APRENDIDO
que ter uma criança adormecida em seus braços é um dos
momentos mais
pacíficos do mundo;
EU TENHO APRENDIDO
que ser gentil é mais importante do que estar certo;
EU TENHO APRENDIDO
que eu sempre posso orar por alguém quando não tenho
força para ajudá-lo
de alguma outra forma;
EU TENHO APRENDIDO
que não importa quanta seriedade a vida exija de
você, cada um de nós
precisa de um amigo brincalhão para se divertir
junto;
EU TENHO APRENDIDO
que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão
para segurar e um
coração para nos entender;
EU TENHO APRENDIDO
que os passeios simples com meu pai em volta do
quarteirão nas noites de
verão quando eu era criança fizeram maravilhas para
mim quando me tornei
adulto;
EU TENHO APRENDIDO
que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo
que lhe pedimos;
EU TENHO APRENDIDO
que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que
deseja ser apreciada e
amada;
EU TENHO APRENDIDO
que Deus não fez tudo num só dia; O que me faz pensar
que eu possa ?
EU TENHO APRENDIDO
que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas
está permitindo que
essa pessoa continue a magoar você;
EU TENHO APRENDIDO
que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as
feridas;
EU TENHO APRENDIDO
que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
EU TENHO APRENDIDO
que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade
vai aportar em outro
lugar;
EU TENHO APRENDIDO
que eu gostaria de ter dito a minha mãe (pai) que a
amava, uma vez mais,
antes dela morrer;
EU TENHO APRENDIDO
que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar
sua aparência;
EU TENHO APRENDIDO
que todos querem viver no topo da montanha, mas toda
felicidade e
crescimento ocorre quando você está escalando-a.
18 de maio de 2008
Desperta-me
O teu desejo
Na vaga dos teus dedos
com que vergas
O sono em que me deito
É rede a tua língua
Em tua teia
É vício as palavras
Com que falas
A trégua
A entrega
O disfarce
E lembras os meus ombros
Docemente
Na dobra do lençol que desfazes
Desperta-me de noite
Com o teu corpo
Tiras-me do sono
Onde resvalo
E eu pouco a pouco
Vou repelindo a noite
E tu dentro de mim
Vai descobrindo vales.
Maria Teresa Horta
14 de maio de 2008
Aos PODOLATRAS
Lembro-me de ficar sob a mesa de jantar, ou escondido sob o sofá, brincando com os pezinhos das minhas primas e tias. Obviamente que, naquela época, tesão era algo desconhecido e ainda não vivido conscientemente. Mas a atração já era forte demais!
Vivia tentando chegar perto, arranjando pretextos bem infantis, fingindo não estar reparando nos pezinhos delas. Isso perdurou por muito tempo, até os 9 ou 10 anos de idade, quando sorrateiramente, passei a mudar de atitude. Eu já não chegava mais perto e nem tocava, pois sentia vergonha, mas a mente já era dissimulada (rsrsr): eu passei a “roubar emprestado” as meias e os sapatos que elas usavam.
Eu ficava de olho quando alguma das minhas primas ou tias chegavam em casa. Reparava bem nos sapatos e nas meias. Seguia cada uma delas pra ver onde deixariam os sapatos usados e, assim que elas se retiravam de perto, eu não excitava: dava logo um jeito de tomar posse, esconder e passar horas agarrado, abraçado ao objeto que teve contato com o pezinho… Cheirava sem parar, como forma de provar que o pé estivera ali dentro. Era a ponte que me ligava ao meu objeto de fetiche.
Chegou à adolescência e, com ela, os hormônios. Sob o comando da testosterona abundante, vivia a procura de revistas masculinas (tão clandestinas naquele tempo) e tentava aliviar todo impulso através da masturbação. Mas valia a pena de verdade se, nas fotos publicadas, aparecessem os pezinhos das modelos. Caso contrário, não havia tesão pelo restante do corpo. Passei a ter medo de ser anormal, ter algum desvio de conduta ou, até mesmo, não gostar de mulher. Ledo engano… rsrsr.
Eu não conseguia mais suportar me sentar ao lado das garotas na sala de aula se elas estivessem calçadas com sandalinhas e seus pés a mostra. Não havia concentração suficiente para assistir a uma aula com um pezinho do meu lado, balançando, segurando o chinelo pelos dedinhos. Meus Deus!!! As quantas torturas fui submetido, sem que minhas algozes soubessem o que estavam fazendo.
Até este momento da minha vida, o assunto era somente meu. Não comentava isso com ninguém. Não sentia confiança em nenhum dos meus amigos para poder me abrir sobre isso. Não conseguia identificar entre eles sequer um que pensasse e sentisse da mesma forma.
Veio então a primeira namorada, com a qual terminei me casando após 4 anos de paixão absurdamente louca. E ela tinha pés lindos! Entretanto, nunca tive a liberdade de curtir meu fetiche com minha esposa, que possuía verdadeiro nojo de me ver tocando, beijando ou cheirando os pés dela. Este capítulo, chamado casamento, não vale a pena ser explorado. Foram quatro anos de uma relação fria, cheia de intrigas e discordância. Acabou pela falta de respeito e pela incompreensão de ambas as partes.
Mas como tudo tem dois lados eu estava, finalmente, livre pra conhecer a fundo este mundo. E foi assim, aos vinte e seis anos, que me joguei de cabeça e fui procurar pesquisar e viver tudo que o fetiche da podolatria pudesse me proporcionar.
Como todo homem da minha idade, solteiro, trabalhando apenas para meu sustento próprio, saudável, tarado (rsrs), procurei contato com “profissionais do ramo”, ou seja, garotas de programa. Foi ai que pude começar a me desfazer dos medos e traumas de ser o único homem do mundo a gostar disso. Essas garotas sempre me relatavam centenas de experiências com homens que as procuravam para poder adorar seus pés, beijar, cheirar, lamber, chupar. Homens que nem sempre queria sexo, apenas curtir o fetiche. E elas adoravam!!!
Tomei conhecimento de vários artistas, ou pessoas famosas, que tinham verdadeira adoração e devoção pelos pés das mulheres. E, a cada dia, me sentia mais seguro e a vontade. Passei também a ler tudo que a literatura (erótica ou cientifica) explorava sobre o assunto.
Estava eu então pronto para assumir isso diante do mundo: sou PODÓLATRA sim!
Esta decisão veio junto com a chegada da NET no Brasil. As portas do mundo virtual se abriram e comecei a ter contato com milhares de pessoas nas salas de bate-papo. Pessoas que gostavam do assunto, com ou sem experiência real. E o melhor de tudo: mulheres que simplesmente amavam ter seus pés adorados.
Era 1998.
Mergulhei com toda minha disponibilidade de tempo e dinheiro na missão de me conhecer internamente, saber dos meus limites, desejos, tesão e me dediquei também a conhecer mulheres que diziam curtir isso.
Era fantástico e cada vez melhor a cada contato. Era mágico. Não se repetia. A cada rosto (ou seria pezinho… rsrs) conhecido, eu me sentia mais a vontade e também mais atraído. Felizmente, cheguei à conclusão que isso não me fazia deixar de gostar da mulher. Ao contrário, eu me sentia cada vez mais atraído e ansioso para estar ao lado do sexo frágil (frágil até aquela época – explicarei o pq disso).
Certa vez, já em 2000, uma garota com quem mantinha contato através da internet, me disse que adoraria me ver aos pés dela, desde que ela me dominasse. Eu não fazia a menor idéia do que poderia ser isso, mas, só de poder estar aos seus pés, eu me interessei e aceitei suas condições.
Nos encontramos e ela, muito direta e objetiva, me disse que deveríamos ir a um motel sem maior perda de tempo. Claro que me empolguei e já imaginei dezenas de situações com aquela deusa (realmente linda, 19 anos, dançarina, etc.). Chegando ao local, ela pega sua bolsa, entra no quarto, me ordenou que ficasse de joelhos e começou a explicar o que iria fazer. Inicialmente, algemou minhas mãos para trás, vendou meus olhos e atou também meus tornozelos. Só ai me dei conta que as cordas e as algemas utilizadas eram verdadeiras e eu não podia me soltar.
Durante duas horas, sofri todo tipo de castigos e humilhações possíveis: tapas na cara, surra com chinelos, chicotes, chutes, empurrões, humilhações verbais, cuspidas, dentre outras. Ela sempre repetia que homem devia ser tratado assim pra saber seu verdadeiro lugar no mundo: sob o poder de uma mulher.
Odiei!
Senti nojo e raiva. Se pudesse me soltar, teria agredido aquela louca que me tratava feito um escravo nos tempos antigos.
Ao final, ela mudou completamente o tom da voz, me tratou com carinho, pediu que eu a deixasse em casa e me liberou.
Seguiram-se cinco dias, nos quais tentei me libertar daquelas imagens, da dor no corpo, do nojo que sentia de mim mesmo, da ira que sentia daquela garota.
Entretanto, como num passe de mágica, tudo aquilo se transformou em curiosidade e desejo de estar sob as ordens e castigos dela. Nascia ai mais um fetiche: submissão.
O que mais me chama a atenção nisso tudo é o prazer que eu via nos olhos dela. E consegui enxergar este mesmo prazer, este tesão, nos olhos de outras mulheres a quem me entreguei como escravo, submisso às vontades e caprichos delas.
Nunca senti prazer em sofrer dor física. Mas não há dinheiro no mundo que pague pelo brilho nos olhos de uma Dominadora enquanto ela faz o que quiser de mim. É algo que não se pode mensurar, explicar ou entender: pode-se viver apenas!
Atualmente, o que mais me atrai numa mulher ainda são seus pés. Mas de nada adianta um belo par de pezinhos se, acima deles, não houver uma mulher com atitude, com postura, que goste de mandar, de dominar, que sabe que a mulher se encontra numa posição superior ao homem. O que mais me da prazer hoje é conhecer uma mulher que sempre pensou assim, que sempre desejou ter escravos, que sempre se viu como superiora e teve que se conter durante toda a vida para poder não causar espanto nos demais. Não existe nada mais autêntico, mais genuíno, que encontrar uma mulher assim e a deixar livre para agir como quiser.
Repito: não curto a dor física, mas ficar de joelhos diante de uma Deusa enquanto ela bate em minha cara e me humilha com palavras baixas é algo que me leva aos céus de tanto prazer.
Eu desisti de entender tudo isso faz tempo. Desisti ainda mais de tentar explicar. Isso não me cabe mais. Cabe sim, hoje, curtir isso com aquelas que amam me tratarem assim (como aos demais escravos que elas encontram pelo caminho).
Isso não me faz mais ou menos homem; não me sinto mais ou menos macho; não me importa o que pensam sobre meu comportamento moral ou sexual. Apenas gosto de mim a ponto de me deixar viver o que tenho vontade, o que me dá prazer e me faz sentir realizado.
E o meu ideal de realização é servir, obedecer, ser usado, tratado como um capacho poder adorar os pés de uma Deusa, deslizar minha língua entre suas solas e seus dedinhos; poder massagear sempre que ela mandar; prestar serviço como motorista, cozinheiro ou faxineiro. Isso me faz bem! Me faz sentir tesão. E isso fica perfeito ao lado de uma mulher madura, ciente dos seus desejos, desprendida de dogmas, conceitos ou tabus. Isso somente funciona bem ao lado (ou seria sob) uma mulher que sabe que nasceu pra mandar e que tem os homens como seus servos.
Ass. podolatra bh
...
Meu corpo denuncia a febre, trêmulo de um desejo enlouquecido perde a razão ao sentir seu primeiro toque, sensual, morno e molhado.
Teu olhar tem um brilho a mais, ao sentir o toque de meus saltos em tua face, mesmo sob pressão, um leve gemido, quase um sussurro você se submete, implora, lambendo suas formas.
Não esboço reação sequer, diante daquele êxtase, sentindo a pele do seu rosto em minha sola, que desliza, tocando cada vez mais forte descobrindo as sensações de prazer antes não vividas.
Como poderia até então ter-me privado destas deliciosas sensações, tocar e deixar-me ter os pés adorados, misto de sede, fome, com êxtase ao suave deslizar do calor de sua língua perdida entre meus dedos.
O movimento de teus lábios sedentos sobre o dorso desnudo roçando minha pele se apossando das minhas partes como se já conhecesse cada vibração de meu corpo.
Meu prazer é o seu prazer, você me tira o centro e eu desconcerto você. Não há disputa entre nós, naquele momento o tempo para, o ar pesa, o calor com tesão invade nossos corpos, e seu gozo quente se mistura ao meu orgasmo num prazer só, nem eu nem você, apenas nós.
DoceNickaRJ
Eu gosto
Gosto do cheiro à terra molhada
Gosto de sol e de praia
Gosto de serra e de rios
Gosto do planeta
Gosto de reciclar
Gosto de sorrir
Gosto de rir à gargalhada
Não gosto de discussões
Gosto de beijos e de mimos
Gosto de sexo
Gosto de um banho quente
Gosto de massagens nos pés
Gosto de vermelho
Gosto de amar
Gosto de seduzir
Não gosto de intolerância
Não gosto de prepotência
Não gosto de arrogância, nem altivez
Gosto de compreensão
Gosto de paz
Gosto de animais
Gosto de andar
Não gosto de correr
Gosto de jeans e de saltos altos
Gosto de música
Gosto de surpresas
Gosto de mim…
Cantinho da Tereza
13 de maio de 2008
Deliciosamente Excitante
Sou alguém que se recusa a viver no talvez, no quase, na incerteza, na dúvida, na desconfiança, no, mas...
Vivo e amo intensamente...
Confio em minha capacidade de fazer o outro feliz e estar feliz junto a ele... No que sou hoje e no que muito mais serei...
Estou recomeçando... Colocando amor, serenidade e verdade em tudo, como sempre agi e acredito..."
12 de maio de 2008
Dias das Mães... minha homenagem
Com as sandálias na mão,
Ela caminha pela água pouco profunda
Até às areia de cristal.
Magnífica, com a brisa a agitar-lhe os cabelos.
A sua filha está salva
E é livre, finalmente - assim como Marta e Lázaro.
Longe estão os terrores da tirania
E os caprichos do mar. A paz e a alegria rodeiam-nos.
Miriam olha com ternura para filha
Nascida no deserto do exílio.
“Chamei à minha filha Fora do Egipto”
Sara.
A escolha de Deus não fora um filho
Para pegar em armas,
Rebento da casa de David e da tribo de Judá,
leão para esmagar o punho brutal de Roma
E reclamar o trono real.
Não. Desta vez, Deus
Escolhera uma filha.
(...)
Maria Madalena e o Santo Graal
10 de maio de 2008
À Rainha Victoria Catharina
De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria. A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.
Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.
A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.
A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.
A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia. Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.
A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina de setembro e abril.
O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece seus mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa.
Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender. A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza.
Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, complementarmente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.
Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago de juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.
A mulher madura está pronta para algo definitivo.
Merece, por exemplo, sentar-se naquela praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidades. Por isto, pode-se dizer que a mulher madura não ostenta jóias. As jóias brotaram de seu tronco, incorporaram-se naturalmente ao seu rosto, como se fossem prendas do tempo.
A mulher madura é um ser luminoso é repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.
Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.
Affonso Romano de Sant'Anna
9 de maio de 2008
8 de maio de 2008
... acredito
Acredito, mais do que tudo, nas manhãs que nos iluminam de imenso, na aventura das noites sem tempo, na vibração íntima do céu. Nas histórias brancas das avós, nos pescadores de pérolas, na cintilação ardente das marés na Lua nova.
Acredito que um marinheiro Maltês continua a cruzar os mares do Sul, com o destino traçado a navalha na palma da mão.Acredito nos amigos que estão aqui,
nos que estão do outro lado do mar, ou do outro lado do céu. Nos amigos que chegam, e se sentam, e bebem vinho debaixo do nosso tecto.
Nos amigos que comigo já atravessaram o Mar Oceano, e nos que se preparam para de novo subir rio acima.Acredito que a vida é frágil e na finitude dos dias.Em saber que estamos aqui, agora, livres de toda a eternidade.
João
Quatrocentas Postagens
Bicho do mar ... risss
Nem sei como começou a minha prisão. Sei que nalguma altura fui contaminado deste desejo amante que se me colou à pele. Que se me alojou no fundo do corpo e me escraviza, eu que tanto prezo a liberdade. No início era uma maré de fogo que me visitava, um acesso febril de sal, algo indizível e desconhecido. Ondas a rebentarem sem aviso, o peito aberto à espera do próximo golpe. Desprezei todos os sinais, pensei que tudo estava na minha mão, marés, dizia, e o fogo salgado cada vez mais forte. Custavam-me as horas secas, o mar ria longe de mim, rezava “quero-te livre e meu” como se tal fosse possível. Chegava e cantava-me cores de outras praias, ouvia-o como se as marés dependessem dessas dádivas, era livre e meu, ao meu regaço chegavam estrelas e sereias. Mas era eu que era cada vez mais dele, tudo dava por esse abraço transparente, esse banquete de sal em fogo. Depois tudo se concentrava na concha que apertava na minha mão, à noite.
Prendemo-nos pelo que queremos, dizem. Pelo que gostamos. Eu digo pelo que amamos sem escolha, pelo que perdemos docemente o pé e nos afundamos, e nessa hora somos sal, e algas, e sal de novo. Somos pertença dos mares que sitiamos, em tantas noites de espera debaixo das ondas em que tecemos redes.
Hoje percorro praias.
Eu recolho sinais.
Conchas, cabelos de sereia, a luz do entardecer, a geometria da falésia, ventos sussurrantes ou violentos. A cada momento me ilumino com a promessa de um sorriso azul. Onda após onda. Ilumino-me ou espero. Onda após onda. Prisioneiro do indizível e desconhecido, feito de sal.
João
... tanto pura quanto devassa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me concentrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacífica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Vinicius de Moraes
Deliciosamente excitante
profundamente
e adorar teus pés
eternamente,
ternamente…
Com as mãos toca-los,
roça-los,
encostar nos meus
ficar juntinho,
sentir a pulsação
em teus pés…
Vestido no sapato,
semi nu na sandália
ou simplesmente nu;
descalço…
Pensar em teus pés,
provocado por eles,
atraído por eles…
Envolto em meias de seda,
sobre saltos altos,
em tiras ou laços,
e muitas cores,
flores…
Observo atento cada detalhe
do calcanhar
aos dedinhos,
as curvas
o pisar macio,
leve, mágico…
Pisando minha tara,
provocando meu suspiro,
uma fissura louca,
por teus pés,
pise…
7 de maio de 2008
Meu Doce Pervertido
Ah vem cá meu menino,
Pinta e borda comigo
Me revista, me excita
Me deixa mais bonita
Ah vem cá meu menino,
Do jeito que imagino
Me tira essa canseira
Me tira essas olheiras
De esperar tanto tempo
A mudança dos ventos
Prá eu me sentir com forças
Prá eu me sentir mais moça
Ah! vem cá meu menino,
Pinta e borda comigo
Me revista, me excita,
Me deixa mais bonita
Ah! vem cá meu menino,
Do jeito que imagino,
Me tira essa vergonha
Me mostre, me exponha
Me tire uns vinte anos
Deixa eu causar inveja
Deixa eu causar remorsos
Nos seus, nos meus, nos nossos.
Ivan Lins e Vitor Martins
6 de maio de 2008
Ser razão!
Gedeão
5 de maio de 2008
A OUTRA VOZ
Deus fala pela minha boca, do outro lado
da margem estreita da garganta.
da ponte avessa ao pensamento corre
a viagem através da nebulosa.
vêm rios e risos do corpo da infância,
chuva de espanto na voz aquecida,
ecos que são os gritos de outros ecos
na comunicação de todas as coisas.
estão no limbo da folha possível,
no território de uma habitação
feita de gestos simples, breves,
tão breves como as pedras presas
à raiz das montanhas. há um abraço
no sacrilégio do relógio mudo
onde o sarcófago do tempo vasto
guarda a semente fértil pelos anos;
cativa a voz, delonga dissonâncias.
José Félix
Dúvidas
Sou feita do mar e da terra
Sou feita do amar e da guerra
Sou feita do extravasar da água
Que esculpe a rocha sem mágoa
Sou feita do amor sem trégua
Sem compasso nem régua
Sou o inesperado orvalho que rega
A colorida flor que se entrega
Não sou descanso nem remanso
Não sou a paz que anseias
Sou um tempo de cheias
Que te faz correr o sangue nas veias
Sou pior que uma intempérie
Sou um desvelo em série
Sou o abandono da tua calma
Sou o desejo inocente de tua alma
Sou um mundo feito de teias
Sem enredos nem peias
Sou coisa sem tempo nem espaço
Sou só o que desejas no teu regaço.
António Viana
(modificações para o feminino)
3 de maio de 2008
Ensina-me
Ensina-me a pescar estrelas
por entre os céus das tuas muralhas de titânio...
Conta-me e ensina-me...
As tuas artimanhas, truques e caminhos
para te deitares sempre sobre um céu estrelado...
e seres tu, brilho, luz alegria e estrela do Norte...
Diz-me, prova-me, que tudo é possível
e que eu aprenderei...
Que amanha como quem sonha
atravessarei as tempestades... os caminhos
inventarei a poção mágica... e essas muralhas de titânio
transformar-se-ão em muralhas saborosas de chocolate
e cobertas de veludo.
Cátia Gonçalves
Hummmmm...
Busco a mais sádica das dominadoras.
Que não tenha a menor compaixão.
Que rasgue as entranhas com teus consolos
Que me rasgue o corpo com o seu chicote.
Pode amarrar-me da forma desejada.
Alguém a quem meus gritos de agonia soem como musica.
Quero o peso da tua mão tatuado em cada hematoma.
Alguém que tenha como limites apenas a loucura desenfreada.
Não procuro uma doce fêmea.
Mas uma fera tempestuosa.
Pode cortar costurar e tomar por inteiro.
Quero ser massacrado até não poder mais se quer gritar.
Adormecendo no chão duro de sua alma.
A buscar no fundo de teu covil.
O meu destino.
Não me tome por certo.
Sou completamente louco.
Busco alguém como eu sem limites.
Ou pudores.
Apenas a ânsia nos seus valores.
Não busco recompensas ou favores.
Quero a tua frieza a me imolar em minhas dores.
Sou escravo da tua violência.
Es meu destino fatal.
Eduardo
2 de maio de 2008
Justiça dos Orixás
"Antigamente, os orixás eram homens.
Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes.
Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria.
Eles eram respeitados por causa de sua força,
Eles eram venerados por causa de suas virtudes.
Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram.
Foi assim que estes homens tornaram-se orixás.
Os homens eram numerosos sobre a Terra.
Antigamente, como hoje,
Muitos deles não eram valentes nem sábios.
A memória destes não se perpetuou
Eles foram completamente esquecidos;
Não se tornaram orixás.
Em cada vila, um culto se estabeleceu
Sobre a lembrança de um ancestral de prestígio
E lendas foram transmitidas de geração em geração para render-lhes homenagem".
Antonio Natalino Manta Dantas, nós te entregamos à justiça dos Orixás.
SURTO DE IMBECILIDADE COM DIARREA CEREBRAL
"A posição dele é totalmente preconceituosa, reacionária. No curso de medicina da UFBA não há ninguém despreparado, muito pelo contrário, os alunos estudam muito. Claro que a faculdade tem vários problemas, como todas têm, mas a posição do coordenador é absurda", disse Vilas Boas.
"Deve haver uma inferioridade do alunado baiano com relação ao de outros lugares", afirma. "Talvez o baiano tenha déficits com relação a outras populações. Afinal, a prova foi à mesma em todo o País." O Ministério Público Federal (MPF) da Bahia já instaurou procedimento administrativo para apurar a suposta discriminação do coordenador.
Dantas, que é baiano, citou que tal inferioridade de inteligência justificaria, entre outras coisas, o baixo desenvolvimento sócio-econômico do Estado, "apesar das grandes riquezas naturais", a popularidade do berimbau, "o típico instrumento de quem tem poucos neurônios", e a música de grupos tradicionais, como o Olodum, que ele qualificou como "barulho".
As afirmações causaram reações imediatas. O reitor da universidade, Naomar de Almeida, afirma estar indignado com as declarações, que considera "racistas e ignorantes", e promete atitudes imediatas contra o professor. "Esse professor não tem condições de continuar na função", afirma. Para o presidente do grupo Olodum, João Jorge Rodrigues, Dantas pode ser comparado a Hitler.
A ação administrativa do MPF vai investigar a suposta discriminação "racial ou de procedência" do coordenador. O procedimento foi instaurado pelo procurador Vladimir Aras, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão), ligada ao MPF. Ele também solicitou oficialmente informações da Reitoria da universidade sobre as providências que adotará em relação às declarações. "Como professor e coordenador do curso da UFBA, Dantas possui uma função pública e está sujeito à lei de improbidade administrativa na hipótese de dano moral difuso", afirma o procurador.
Segundo Vilas Boas, parte dos alunos de medicina boicotou a prova do Enade por não concordar com a metodologia.
Jaques Wagner o governador da Bahia considerou as declarações de Antonio Natalino Manta Dantas como um surto de imbecilidade.
1 de maio de 2008
Minha declaração de submisso
Percebi hoje que as marcas que foram feitas em mim, dessa vez não foram superficiais, mas algo que não dá para ver, e sim sentir. Vai além do corpo. Tomou minhas vontades, meus pensamentos, minhas decisões, quando por vezes tento fazer isso sair de mim,Tua presença me invade. Hoje não preciso mais de fotos, para ter forças. Fecho meus olhos e sinto Teu olhar, é a imagem mais linda que tenho de Ti. Teu rosto, Tua expressão, Teu tesão... E é essa imagem que eu não preciso mais procurar que me faz ter forças e fazer todas as Tuas vontades. Porque apenas dessa forma eu chegarei onde desejo, e dessa forma me levará aos trilhos... para Tê-la novamente.
Escravo
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso
Musica em minha vida para tocar a tua!
"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist
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