EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)
28 de dezembro de 2006
Você anda pelo mundo
26 de dezembro de 2006
ASAS
ASAS
Vim de muito longe
Caminhar não tem segredo
Eu trago a formação que vem do mato (mar)
Fundo horizontes
Me elevo contra o medo
E faço amanhecer
Todo azul que tem na terra
Pássaro de outro a voar
Sei voar crio asas
Com o som
Destas cordas crio mundos
Para você habitar.
Beto Guedes - Flávio Venturini - Márcio Borges
15 de dezembro de 2006
Gêneses
Gênese
Traz de novo aquele gosto de início e me olha com fome, as mãos ansiosas pelo meu corpo. me beija de olhos fechados e diz coisas no meu ouvido que eu nem sonho, adivinha meus desejos e me toca sem medo. descobre meus segredos, sorri quando eu me desesperar de êxtase e me deixa ver aquele brilho de conquista, seu corpo suado encostado no meu, sua saliva grudada na minha pele por todo o dia, como um perfume. me escreve, me liga, me queira como nunca, me faz gozar com suas mãos e seu sorriso somente, me faz sonhar com você a noite toda e acordar ofegante, pura lembrança. dê de volta meu corpo trêmulo de paixão, orgasmos longos como vidas inteiras, flashes de cor e luz nas carícias brincalhonas da sua língua. quero de novo ouvir minha voz gritando e ter suas mãos no meu rosto, fingindo abafar meus gritos e me dando cada vez mais.
Loreley
Deliciosamente excitande
8 de dezembro de 2006
O mundo do amor
7 de dezembro de 2006
Ausencia
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausta.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui a grande íntima da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinicios de Moraes
29 de novembro de 2006
Quando olho para mim...
Quando olho para mim não me percebo.
25 de novembro de 2006
Meus Desejos e Caprichos
Mulher
O texto da mulher,
O texto da mulher tem perfume que às vezes se sente só pelo título. Tem todo o jeito de quem anda por andar, sinceramente sem querer chegar a lugar nenhum. O texto da mulher dá pra ver que demorou muito tempo pra ficar pronto, e ainda não está. Dá pra ver que uma mulher escreve pra outra --- pra outra completar.
O texto da mulher tem um silêncio gostoso de se ouvir e pronto para ser quebrado. Tem natureza própria: vento que sopra a cara e provoca os cabelos; lua que, nua, se banha no mar
---festa nos navios negreiros...!
O texto da mulher dá orgulho: a gente fica lendo, boba, descobrindo um monte de coisas que já sabia e que só precisava lembrar.
O texto da mulher fecha os olhos quando faz carinho, como se fosse ele o acarinhado... todo texto de mulher tem um filho no presente e um amante no passado.
O texto da mulher faz arte: colore o que passa em branco na vida e pára o que passa rápido demais --- põe o pé na frente e zás! Segue soberba, sabe que não adianta olhar--- não para trás.
O texto da mulher parece sempre que foi a gente que escreveu --- será uma concatenação de saudades e esperanças comuns, ou alguém me esmiuçou sem eu deixar?
O texto da mulher treme, grita, chora e comemora em uma só língua; e faz a gente pensar que somos, todas, fragmentos de uma mesma criatura com dois lindos seios e um santo ventre, que caiu, quebrou e nos espalhou um dia.
O texto da mulher vale a pena a qualquer hora: de manhã, à tarde, de noite... Esteja a solidão aqui, ou batendo na porta, do lado de fora.
Gabriela Mello Barbosa
22 de novembro de 2006
Beijossssssssssss
Desejosss
21 de novembro de 2006
És Deus porque amas.
Dualismo
Dualismo
Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
Olava Biliac
20 de novembro de 2006
Menino Bonito... desejo-lhe!!!
18 de novembro de 2006
Quando eu quero...
Tens um não sei que de paraiso
Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecho eclair
De repente a gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém
Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar
Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Do que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou.
Kleiton e Kledir
17 de novembro de 2006
Em cada sentimento meu
Em cada sentimento meu...
Tem um espírito ateu...
E uma alma reencarnada...
Um orgulho plebeu...
E uma nobreza calada...
Uma certeza nítida...
Em eterna dúvida...
Um cruel bandido...
E um anjo perdido...
m livro aberto...
E um segredo guardado...
Um futuro incerto...
Num instante passado...
Um destino certo...
E um projeto abandonado...
Em cada sentimento meu...
Tem um sentido...
E um rumo inexistente...
Um desejo contido...
E um medo persistente...
Uma vontade que desiste...
E uma esperança que existe...
Um desencanto...
E um contentamento...
Um amigo santo...
E um demônio atento...
Uma inteligência sólida...
E ingenuidade...
Uma demência mórbida...
E serenidade...
Em cada sentimento meu...
Tem uma contradição...
E uma lógica sem chão...
Um desânimo juvenil...
E um desabafo senil...
Uma harmonia...
Em confusão...
Uma agonia...
E uma razão...
Um colapso vulcânico...
E a calma de um lago...
Um pânico...
E um afago...
Um verso doce e amargo...
Que se intrometeu...
Em cada sentimento meu...
Roger Jones
14 de novembro de 2006
Elogio ao pecado
você pode persegui-la, ameaçá-la
Atravessou a história
Insolente
13 de novembro de 2006
Mas, Eu
Mas Eu
Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
— Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Fernando Pessoa
Reflexões sobre a vida
9 de novembro de 2006
Até Pablo Neruda...rsrsrs
Os teus pés
Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
Pablo Neruda
Tigreza
Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel
Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e oitenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento...
Caetano Veloso
6 de novembro de 2006
Caminhos
Caminhos...
Há instantes de nossas vidas em que o nosso olhar desafia o infinito, instigando-nos a realização dos nossos mais íntimos sonhos. Nestes momentos, a liberdade do sentir abraça-nos a alma, o olhar. E por assim ser entregamo-nos, tendo o coração como guia e condutor. Deixamos para trás as folhas ressequidas da descrença e do desalento, que faziam do outono, estação permanente do nosso olhar.
Quando nos permitimos sonhar, resgatamos o sentido táctil do nosso coração. Despertamos emoções que já desconhecíamos. Ressuscitamos o afago esquecido e o carinho indelével do espelho do nosso olhar que nos reflete para o universo. Quando nos desvencilhamos das amarras que detêm a nossa capacidade de realizar, descerramos portais que não nos julgávamos capazes de cruzar e novos matizes vão sendo pintados na aquarela dos nossos olhares. A aliança que estabelecemos com o realizar pode sinalizar caminhos, como também vencer as nossas maiores resistências.
A grande parceira dos que realizam sonhos é a esperança. Ela aconchega-se em nosso coração, acendendo novas auroras em nossos dias, fazendo-nos renascer como Fênix. São os nossos passos que dão ritmo à realização dos nossos sonhos... é o navegar entre as ondas do viver que nos oportuniza a argamassa necessária à consecução dos projetos que guardamos nos escrínios do nosso coração. Escondê-los eternamente da luz do sol em caixinhas hermeticamente fechadas não os denunciarão ao universo.
Somos nós que conduzimos os nossos sonhos pelo mundo do existir, vestindo-os com a roupa mágica do realizar.
4 de novembro de 2006
UAUUU !!!
Os meus pés !!!
Para se amar uma mulher,
Deve-se começar pelos pés!
Suavemente, toca-los!
Beijá-los!
Excitá-los!
Chupá-los à flor da pele e à palma dos pés,
Como se beija um mamilo!
Delicadamente!
Provendo-a, tesão!
Para se amar uma mulher,
Basta toca-la com os olhos!
Basta perceber a perfeição de suas formas!
Seus contornos exuberantes!
Sua arquitetura delirante, dos pés,
Que nos faz vagar, neste universo!
Eduardo Gomes
2 de novembro de 2006
Sob teus pés
ORAÇÃO AO PÉ FEMININO
Vem me submeter a tua tirania sem idade,
27 de outubro de 2006
Eça de Queiroz
“Estamos perdidos há muito tempo.O país perdeu a inteligência e a consciência moral.Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.Os caracteres, corrompidos.A prática da vida tem por única direção a conveniência.Não há princípio que não seja desmentido.Não há instituição que não seja escarnecida.Ninguém se respeita.Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.Alguns agiotas, felizes, exploram.A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.O povo está na miséria.Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.Diz-se por toda a parte: o país está perdido!”
EÇA DE QUEIROZ
VIVA A DEMOCRACIA !!!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
25 de outubro de 2006
Sempre Meu
24 de outubro de 2006
Cavaleiro Solitário, Capitão da meia noite.
Acreditar na existência dourada do sol
Mesmo que em plena boca
Nos bata o açoite contínuo da noite
Arrebentar a corrente que envolve o amanhã
Despertar as espadas
Varrer as esfinges das encruzilhadas
Todo esse tempo foi igual a dormir no navio
Sem fazer movimento
Mas descendo o fio da água e do vento
Eu, baderneiro, me tornei cavaleiro,
Malandramente, pelos caminhos
Meu companheiro tá armado até os dentes
Já não há mais moinhos como os de antigamente.
João Bosco/Aldir Blanc
Quero...
23 de outubro de 2006
Maravilhosamente belo
I . COISAS QUE FAZEM O CORAÇÃO
BATER MAIS FORTE:
Um planador conduzido segundo a feição do vento
O dorso desnudo de um bebê adormecido
O olhar de um cão, em direção à mãe que amamenta o bebê
O olhar de uma criança, em direção àquilo que ela não compreende
Tâmaras secas sobre um prato de cristal
Aquele amigo distante que retorna
Deitar-se só, num quarto deliciosamente perfumado de incenso
O clarão da lua atrás da nuvem.
JANEIRO
II . COISAS QUE TRAZEM UMA DOCE LEMBRANÇA DO PASSADO:
Um resto de perfume no lenço em que não enxugamos aquelas lágrimas
Rosas secas, nas páginas amarelas do livro
Objetos que serviam para a festa das bonecas
O bilhete que um dia escrevemos para nossos pais
Um dia de chuva, em que nos entediamos
A pena de um falcão que voou rumo a Lisboa
Uma árvore que distribui as folhas pelos ramos de modo que nenhuma escape do sol.
FEVEREIRO
III . COISAS RARAS
Um amigo que suporta nossa alegria com a mesma firmeza com que suporta nossa dor
Não sujar de tinta o livro em que se copiam romances, trechos de poesia, pensamentos
Manter a dignidade em uma discussão, mesmo quando os argumentos parecem nos abandonar
O encontro do amor, dez anos depois, depois de desvios, desvãos, desencontros.
MARÇO
IV . COISAS QUE PARECEM DESPERTAR A MELANCOLIA:
Uma foto amarelecida da mãe, ao fundo da gaveta
Um resto de leite na xícara velha, em que bebemos as primeiras palavras
O gotejar da chuva no telhado
A voz do pai, envelhecida e rouca
Uma canção antiga, subitamente rememorada
A névoa sobre os tetos da cidade.
ABRIL
V . COISAS DE QUE NÃO NOS ARREPENDEMOS:
A não-resposta exata à agressão gratuita
Aquele objeto inútil, que compramos por puro deleite
O amor merecido, na hora certa.
MAIO
VI . COISAS QUE PERDEM QUANDO SÃO PINTADAS:
A polpa fresca da fruta
As asas de um anjo
As flores da cerejeira
A luz do sol atrás dos ramos O branco da folha de papel
Qualquer cena fulgor
JUNHO
VII . COISAS QUE ENCHEM DE ANGUSTIA:
Observar a marcha dos cavalos
Amigos doentes, ou subitamente transtornados
Uma criança que chora, impedida de falar
Quando uma pessoa que detestamos se aproxima de nós
Um belo livro, que não acaba nunca.
JULHO
VIII . COISAS EM QUE NÃO SE PODE CONFIAR:
No homem que esquece facilmente seus amores
No poeta ávido por sucesso
Nas pessoas que falam muito alto, tentando nos convencer
Na amiga que quer ser exatamente como a outra.
AGOSTO
IX . COISAS QUE SÃO DISTANTES, AINDA QUE PRÓXIMAS:
Namorados que não dizem nada sobre a aparência das namoradas
Relações entre irmãos que não se amam
O intervalo entre o último dia do ano e o primeiro dia do ano seguinte
Filhos a quem os pais negaram o seu amor.
SETEMBRO
X . COISAS QUE SÃO PRÓXIMAS, AINDA QUE DISTANTES:
O paraíso
A rota de um barco
A amiga que vive em Paris
Os olhares trocados entre um homem e uma mulher
OUTUBRO
XI . COISAS QUE CAEM DO CÉU:
Balões
Papagaios
Manhãs ensolaradas
Chuvas finas
Tempestades
Neve
O título de uma história
A graça divina.
NOVEMBRO
XII . COISAS DIFÍCEIS DE DIZER:
Que não queremos mais comer
Que o amor acabou
“Por favor, não me abandone”
Adeus.
DEZEMBRO
Luiz Edmundo Alves
Fui eu
Fui eu
Eu, pois quem fui
E serei amanhã ainda mais, do que hoje sou
Dona dos teus desejos, do teu corpo, do teu sonho
Dona do que dou, exijo... ou não dou
Tirando suor e lágrimas de seu rosto risonho
Tua entrega torna-se lava quente em minhas mãos
Fui eu, te levei pra longe, te incluí em meu mundo
No jogo cálido das nossas concentrações
Ouço o gemido de um suspiro profundo
Troca doce, esta nossa... de experiências e sensações
E assim como as gotas escorrem do teu dorso moreno
Sorri meus lábios, enquanto aguardas, sereno
Teus tórridos lábios a implorar meu gosto
Tuas mãos estendidas, prontas pra servirem meus almejos
E novamente fui eu, quem lhe atendeu todos os desejos
O agradecimento por mais uma noite de realização
A pele em chamas, explode incandescente
Riscadas por minhas unhas, sem nenhuma direção
Agreste como o deserto, tornastes-me diferente
E fui eu sim, quem o tornou são
Efusão de servidão, servidão com paixão
Vivo por admirar tua devoção
Acalento teu corpo nu em meu colo
No prazer da dor, na dor do prazer...
Fui eu, a última imagem que vistes ao adormecer.
Maya
21 de outubro de 2006
Eu, MULHER, RAINHA, DONA
Sou a "Dona" do seu coração
Serias meu da maneira que eu quisesse,
Porque só eu sou capaz de fazer-te sonhar,
...de um HOMEM
"Eu quero um colo, um berço, um braço quente em torno ao meu pescoço, uma voz que cante baixo e pareça querer me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno, um extravio morno de minha consciência e depois sem som, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas..."
Livro do Desassossego - Fernando Pessoa
20 de outubro de 2006
Marquês de Sade
"EMPRESTAI-ME A PARTE DO VOSSO CORPO QUE POSSA SATISFAZER-ME UM INSTANTE, E GOZAI, SE ISTO VOS AGRADA, DA PARTE DO MEU QUE PODE SER-VOS AGRADÁVEL"
MARQUÊS DE SADE
Eu quero
Escravo Fiel
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso
Musica em minha vida para tocar a tua!
"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist
- SOU EU (182)
- Dominio (78)
- Perfeitamente sublime (59)
- Cavaleiro Solitario (55)
- Belissimo (35)
- Amor (26)
- Definições (26)
- Perfeito... Simplesmente Perfeito (25)
- Deliciosamente excitante (23)
- Uma tristeza profunda (23)
- Saudades (17)
- Minha alma (15)
- Certas canções que ouço. Cabem tão dentro de mim. Que perguntar carece: "Como não fui eu que fiz?" Milton Nascimento (11)
- Rissssssss (11)
- Tristeza ... (11)
- Cartão (9)
- Confidências (8)
- Conceitos (7)
- Delicias (7)
- Fé (7)
- Reflexões (7)
- escravo luke (7)
- Brilhante (5)
- Certezas absolutas (5)
- Desejo (5)
- Justiça (5)
- Perfeito... (5)
- Confissões (4)
- Inspiração Divina (4)
- UM DEUS (4)
- Belo (3)
- Genialll... Magnifico... (3)
- Prazer (3)
- Sonho (3)
- Uma tristeza profunda... Cavaleiro Solitario (3)
- exclusivamente meu (3)
- "X"eiros (2)
- Amor da minha vida (2)
- Amor... (2)
- Beijos (2)
- Beijos e muitos Dengos (2)
- Certas canções que ouço.Cabem tão dentro de mim.Que perguntar carece:Como não fui eu que fiz? Milton Nascimento (2)
- Denuncia (2)
- Deusa (2)
- Eparrei Iansã (2)
- Escravo MEU (2)
- Faço estas as minhas palavras. Parabéns. (2)
- Feliz Ano Novo (2)
- Júlio (2)
- Legião Urbana (2)
- Meu bem você me dá água na boca. (2)
- Muito Obrigada... (2)
- Perfeito... riss (2)
- Rainha Victoria Catharina (2)
- Sertão muita saudade... (2)
- Um relato maravilhoso (2)
- Viva o povo brasileiro... (2)
- liberdade (2)
- luta (2)
- "Escravo seu" (1)
- "X"amegos (1)
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- Agradeço-lhe The_MD (1)
- Agradeço-lhe muito... (1)
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"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso
"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo
"De seguir o viajante pousou no telhado, exausta, a lua." Yeda P. Bernis
Pessoas Desaparecidas
"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos" Fernando Veríssimo
-
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2006
(91)
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►
novembro
(26)
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►
novembro
(26)
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