EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

28 de dezembro de 2006

Você anda pelo mundo


Meu querido
Deitei-me silenciosamente na cama quando já dormias, queria de ti o teu cheiro e partir.
Não queria levar-te nas mãos ou nos olhos.
Cega ficaria a todos os outros que pudesse encontrar se te levasse nos olhos, e nenhum outro poderia tocar se te guardasse nas mãos.
Queria só o teu cheiro.
E serias tu em cada homem que eu amasse, e serias tu em cada homem que eu tocasse. Esquecidos que estariam o teu rosto e o teu corpo.
Apagados que estariam dos meus sentidos os teus.
Queria só o teu cheiro, mas acordaste … E olhaste-me, tocaste-me, tomaste-me na boca, aspiraste os meus odores, e guardaste-os em ti.
Para ti.
Parti, quando saciado adormeceste.
Parti sem sentidos, porque de mim tu os tomaste.
Hoje longe de ti caminho.
Sabendo sempre onde estás.
Sabendo sempre onde estou.
Encandescente

26 de dezembro de 2006

ASAS


ASAS

Vim de muito longe
Caminhar não tem segredo
Eu trago a formação que vem do mato (mar)
Fundo horizontes
Me elevo contra o medo
E faço amanhecer
Todo azul que tem na terra
Pássaro de outro a voar

Sei voar crio asas
Com o som
Destas cordas crio mundos
Para você habitar.



Beto Guedes - Flávio Venturini - Márcio Borges

15 de dezembro de 2006

Gêneses


Gênese

Traz de novo aquele gosto de início e me olha com fome, as mãos ansiosas pelo meu corpo. me beija de olhos fechados e diz coisas no meu ouvido que eu nem sonho, adivinha meus desejos e me toca sem medo. descobre meus segredos, sorri quando eu me desesperar de êxtase e me deixa ver aquele brilho de conquista, seu corpo suado encostado no meu, sua saliva grudada na minha pele por todo o dia, como um perfume. me escreve, me liga, me queira como nunca, me faz gozar com suas mãos e seu sorriso somente, me faz sonhar com você a noite toda e acordar ofegante, pura lembrança. dê de volta meu corpo trêmulo de paixão, orgasmos longos como vidas inteiras, flashes de cor e luz nas carícias brincalhonas da sua língua. quero de novo ouvir minha voz gritando e ter suas mãos no meu rosto, fingindo abafar meus gritos e me dando cada vez mais.

Loreley

Deliciosamente excitande

"Os meus sonhos não podem ser presos,
levados pelo vento,
muito menos encobertos pela areia,
pois a minha liberdade está em sonhar,
e o meu sonhar está na vontade de amar."

8 de dezembro de 2006

O mundo do amor

...
Cada vez que siento que el mundo se me esta cerrando
Solo pienso en escaparme del mal
Y cada vez siento que el aire se me esta acabando
Solo pienso en volar
Hasta donde nadie me puede encontrar...
Frankie J

7 de dezembro de 2006

Ausencia



Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces

Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausta.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui a grande íntima da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicios de Moraes

29 de novembro de 2006

Quando olho para mim...














Quando olho para mim...

Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto.
Eu Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Fernando Pessoa























25 de novembro de 2006

Amar


Amar não é verbo, é luz lembrada...
Guimarães Rosa

Meus Desejos e Caprichos

Fantasias
Te Despirei Com Minha Boca E Meus Pensamentos.
Tomarei Teu Corpo Por Inteiro E Por Horas Irei Governá-Lo,
Tornando-o Submisso Aos Meus Caprichos.
Invadirei Tua Alma Dominarei Seus Medos E Suas Fraquezas.
Beberei Teu Néctar Saboreando Cada Gota De Sua Essência.
E Como Uma Abelha Faminta Irei Saciar Meu Apetite.
Seremos Dois Corpos Mergulhados Em Perfumes, Suor E Prazer.
Tua Boca Minha Busca E Teu Corpo Meu Refúgio.
Definir Nosso Amor Será Meramente Impossível.
Minhas Mãos Te Guiarão Por Sensações
Nunca Antes Vividas Por Mortais.
Conhecerás De Perto A Verdadeira Razão
De Meus Desejos E Caprichos.
Experimentando Verdadeiramente
Em Meu Ser O Universo Infinito De Minhas Fantasias.
Caroline

Sonhos idos



Sonhos idos!sonhos idos!
Por que ainda pertubais meus sentidos?
Rafaela Steffen

Mulher


O texto da mulher,

O texto da mulher tem perfume que às vezes se sente só pelo título. Tem todo o jeito de quem anda por andar, sinceramente sem querer chegar a lugar nenhum. O texto da mulher dá pra ver que demorou muito tempo pra ficar pronto, e ainda não está. Dá pra ver que uma mulher escreve pra outra --- pra outra completar.
O texto da mulher tem um silêncio gostoso de se ouvir e pronto para ser quebrado. Tem natureza própria: vento que sopra a cara e provoca os cabelos; lua que, nua, se banha no mar

---festa nos navios negreiros...!
O texto da mulher dá orgulho: a gente fica lendo, boba, descobrindo um monte de coisas que já sabia e que só precisava lembrar.
O texto da mulher fecha os olhos quando faz carinho, como se fosse ele o acarinhado... todo texto de mulher tem um filho no presente e um amante no passado.
O texto da mulher faz arte: colore o que passa em branco na vida e pára o que passa rápido demais --- põe o pé na frente e zás! Segue soberba, sabe que não adianta olhar--- não para trás.
O texto da mulher parece sempre que foi a gente que escreveu --- será uma concatenação de saudades e esperanças comuns, ou alguém me esmiuçou sem eu deixar?
O texto da mulher treme, grita, chora e comemora em uma só língua; e faz a gente pensar que somos, todas, fragmentos de uma mesma criatura com dois lindos seios e um santo ventre, que caiu, quebrou e nos espalhou um dia.
O texto da mulher vale a pena a qualquer hora: de manhã, à tarde, de noite... Esteja a solidão aqui, ou batendo na porta, do lado de fora.


Gabriela Mello Barbosa

22 de novembro de 2006

Beijossssssssssss


Quero lhe beijar a boca
morder seus lábios
e brincar sua língua na minha.
Quero lhe beijar a nuca
lhe arrepiar inteiro
encostar meu peito no seu
até os corações se compassarem
as mãos entrelaçadas suarem.
Quero um abraço eterno
de guardar seu cheiro na minha pele.
Quero me queimar no seu fogo
e guardar pra sempre a cicatriz
escarlate desse nosso encontro.

Desejosss


PERFUME
Lembrando o perfume que desperta a mente
Sorvo sua boca com um beijo de embriaguez
Sob a cálida luz das estrelas, chega o vento a nos acariciar
Seu corpo se perde a vagar em meus braços
Somos viajantes ao infinito do prazer
Deixe o silêncio perceber que te amo
Coloque no ar o discurso das emoções
Admita que eu lhe encontre em sua intimidade
Permita-me lhe envolver em um profundo afeto
Abandone seu corpo
Para que ele possa se fundir ao meu
Quero uma união de almas, não apenas de desejos
Alongue em mim esse corpo adorado
Deixe seu corpo ofegar em meu íntimo
Permita que eu lhe possua
Venha pela passagem que chega ao meu infinito
Venha, mas venha sem receio
Chegue sem pressa
Chegue sem me avisar
Chegue na hora de amar
Mas, chegue por inteiro
Pois, unicamente dessa forma
Tudo será apropriado
Que teu olhar me deslumbre
Que eu te possua Para que num determinado momento
Nossas formas se integrem ao amor maior.
Caroline

21 de novembro de 2006

És Deus porque amas.


Microcosmo
Pensando e amando, em turbilhões fecundos
És tudo: oceanos, rios e florestas;
Vidas brotando em solidões funestas;
Primaveras de invernos moribundos;
A Terra; e terras de ouro em céus profundos,
Cheias de raças e cidades, estas
Em luto, aquelas em raiar de festas;
Outras almas vibrando em outros mundos;
E outras formas de línguas e de povos;
E as nebulosas, gêneses imensas,
Fervendo em sementeiras de astros novos;
E todo o cosmos em perpétuas flamas...
- Homem! és o universo, porque pensas,
E, pequenino e fraco, és Deus, porque amas!
Olavo Bilac

Dualismo


Dualismo


Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.

Olava Biliac

20 de novembro de 2006

Minha Exigência

Exigência
Meu homem eu quero,
enquanto puder,
molhado e húmido
feito mulher.
Leila Micólis

Menino Bonito... desejo-lhe!!!


Te provocar me provoca arrepios.
Te ver com vontade me enche de vontade.
Vontade de te maltratar docemente com meu olhar e com meus dedos.
Vontade de te torturar cruelmente com minha língua.
Vontade de te amarrar talvez, apenas para te ter ainda mais indefeso e entregue, te levar ao extremo de implorar me ter de uma vez por todas dentro, rasgando, invadindo e curando sua agonia.
(Pequenos Delitos)

18 de novembro de 2006

Quando eu quero...


Se quiser caminhar sobre as águas
Caminho!
Nem que tenha de lutar contra ventos e tempestades
Dobrar Cabos Sem Esperança e vontades
Vencer um qualquer Adamastor.
Se quiser voar como as aves
Eu voo!
Mesmo desafiando leis e gravidade
Serei asas, voo e liberdade
Quebrarei amarras do destino plano e raso
E nada impedirá céu e voo.
Se quiser como um verme rastejar
Morder dos outros passos e terra
Como um verme rastejarei!
Porque minha
É a minha vontade
E minha a liberdade
E se chão quiser ser
Pó, terra e chão serei!
Encandescente

Tens um não sei que de paraiso

Paixão

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecho eclair
De repente a gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém
Não quero ficar na tua vida

Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar
Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Do que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou.

Kleiton e Kledir

17 de novembro de 2006

Em cada sentimento meu

Em cada sentimento meu

Em cada sentimento meu...
Tem um espírito ateu...
E uma alma reencarnada...
Um orgulho plebeu...
E uma nobreza calada...
Uma certeza nítida...
Em eterna dúvida...
Um cruel bandido...
E um anjo perdido...
m livro aberto...
E um segredo guardado...
Um futuro incerto...
Num instante passado...
Um destino certo...
E um projeto abandonado...
Em cada sentimento meu...
Tem um sentido...
E um rumo inexistente...
Um desejo contido...
E um medo persistente...
Uma vontade que desiste...
E uma esperança que existe...
Um desencanto...
E um contentamento...
Um amigo santo...
E um demônio atento...
Uma inteligência sólida...
E ingenuidade...
Uma demência mórbida...
E serenidade...
Em cada sentimento meu...
Tem uma contradição...
E uma lógica sem chão...
Um desânimo juvenil...
E um desabafo senil...
Uma harmonia...
Em confusão...
Uma agonia...
E uma razão...
Um colapso vulcânico...
E a calma de um lago...
Um pânico...
E um afago...
Um verso doce e amargo...
Que se intrometeu...
Em cada sentimento meu...

Roger Jones

14 de novembro de 2006

Elogio ao pecado


Elogio do Pecado
Ela é uma mulher que goza
celestial sublime
isso a torna perigosa
e você não pode nada contra o crime
dela ser uma mulher que goza
você pode persegui-la, ameaçá-la
tachá-la, matá-la se quiser
retalhar seu corpo, deixá-lo exposto
pra servir de exemplo.
É inútil.
Ela agora pode resistir
ao mais feroz dos tempos
à ira, ao pior julgamento
repara, ela renasce e brota
nova rosa
Atravessou a história
foi queimada viva, acusada
desceu ao fundo dos inferno
se já não teme nada
retorna inteira, maior, mais larga
absolutamente poderosa.
Bruna Lombardi

Insolente


Serei insolente...
Serei insolente, imprudente ou descarada
Se escrever tesão e acentuar a palavra
E tornar a palavra como o ato
Coisa real palpável e dura?
Serei impúdica, incorreta ou devassa
Se escrever coito e fizer sexo com as palavras
E a palavra se tornar lasciva
E assumir mil formas
Tantas como as do coito
Tantas como as do amor?
Serei…?Não!
Vergonha sentiria se no final do poema
Ao escrever sémen, esperma e orgasmo
Um fio ténue e breve me escorresse da caneta
E fossem final e poema
Tímida e precoce ejaculação.
Pois que poesia não rima com pudor
Pois que poesia não rima com vergonha
Pois que poesia não rima com pudor ou timidez.
Poesia rima com paixão
Poesia rima com tesão
E mãos e corpos em coitos
E palavras que se dão com avidez.
Encandescente

13 de novembro de 2006

Mas, Eu


Mas Eu


Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
— Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.

Fernando Pessoa

Certezas


"O meu ofício é reinventar asas para o sol."
Gorgone de Oliveira

Reflexões sobre a vida


Brincando com a vida...
Brinco com a vida porque essa nunca me levou a sério... Debocho de meus próprios sentimentos para poder controlá-los... Satirizo a torpe seriedade do mundo porque ela nunca me trouxe nada de aprazível... Contrario as regras que me foram impostas porque essas só me trouxeram tristezas... Sou petulante com os poderosos porque eles estão pouco se importando com o que eu penso e com o que eu sinto.
Abomino a hipocrisia porque ela apenas fere nossos corações... Derrubo as máscaras mentirosas do mundo e mostro a elas a minha própria face... Blasfemo contra os poderes e divindades do universo, para provar que até um ser ridículo como eu é capaz de brilhar com sua própria luz... Desacato às autoridades para mostrar que títulos e cargos não são essência do ser humano, mas apenas um personagem temporário que cada um assume em sua breve existência nesse mundo...
Exponho meus piores defeitos e sou aclamado e admirado por isso... Defendo o egoísmo em detrimento da falsa e mercantilista fraternidade pregada pelas atuais instituições... Evoco as entidades da sombra, ao invés de ser demagogo com as divindades da luz.. Contrario a lei dos homens para dizer a todos que só a Natureza é sábia e perene... Corrompo a educação na qual fui adestrado, para poder me provar que posso ser feliz sendo eu mesmo, com todos os meus erros...
Busco ver o todo em cada minúcia... De tudo que há de mal, vejo os pontos positivos que nos trazem conhecimento e evolução... De tudo o que há de bom, busco as intenções subjetivas desses atos, que não passa de falsidade disfarçada de virtude... Só busco eu mesmo, a partir de mim mesmo...
Amor e alegria no coração... Sempre!!!
Alex Marq

9 de novembro de 2006

Até Pablo Neruda...rsrsrs

Os teus pés

Quando não te posso contemplar

Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,

Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam

E que teu doce peso

Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,

A duplicada purpura

Dos teus mamilos,

A caixa dos teus olhos

Que há pouco levantaram voo,

A larga boca de fruta,

Tua rubra cabeleira,

Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés

É só porque andaram

Sobre a terra e sobre

O vento e sobre a água,

Até me encontrarem.

Pablo Neruda


Tigreza

Tigresa

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel
Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e oitenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento...

Caetano Veloso

6 de novembro de 2006

Caminhos


Caminhos...
Há instantes de nossas vidas em que o nosso olhar desafia o infinito, instigando-nos a realização dos nossos mais íntimos sonhos. Nestes momentos, a liberdade do sentir abraça-nos a alma, o olhar. E por assim ser entregamo-nos, tendo o coração como guia e condutor. Deixamos para trás as folhas ressequidas da descrença e do desalento, que faziam do outono, estação permanente do nosso olhar.
Quando nos permitimos sonhar, resgatamos o sentido táctil do nosso coração. Despertamos emoções que já desconhecíamos. Ressuscitamos o afago esquecido e o carinho indelével do espelho do nosso olhar que nos reflete para o universo. Quando nos desvencilhamos das amarras que detêm a nossa capacidade de realizar, descerramos portais que não nos julgávamos capazes de cruzar e novos matizes vão sendo pintados na aquarela dos nossos olhares. A aliança que estabelecemos com o realizar pode sinalizar caminhos, como também vencer as nossas maiores resistências.
A grande parceira dos que realizam sonhos é a esperança. Ela aconchega-se em nosso coração, acendendo novas auroras em nossos dias, fazendo-nos renascer como Fênix. São os nossos passos que dão ritmo à realização dos nossos sonhos... é o navegar entre as ondas do viver que nos oportuniza a argamassa necessária à consecução dos projetos que guardamos nos escrínios do nosso coração. Escondê-los eternamente da luz do sol em caixinhas hermeticamente fechadas não os denunciarão ao universo.
Somos nós que conduzimos os nossos sonhos pelo mundo do existir, vestindo-os com a roupa mágica do realizar.
Fernanda Guimarães

4 de novembro de 2006

UAUUU !!!

Mora comigo na minha casa
Um rapaz que eu amo
Aquilo que ele não me diz porque não sabe
Vai me dizendo com o seu corpo
Que dança pra mim
Ele me adora e eu vejo através de seus olhos
O menino que aperta o gatilho do coração
Sem saber o nome do que pratica
Ele me adora e eu gratifico
Só com olhos que eu vejo
Corto todas as cebolas da casa
Arrasto os móveis, incenso
Ele tem um medo de dizer que me ama
E me aperta a mão
E me chama de amiga.
Luiz Carlos Lacerda

Os meus pés !!!

Pés!

Para se amar uma mulher,
Deve-se começar pelos pés!
Suavemente, toca-los!
Beijá-los!
Excitá-los!
Chupá-los à flor da pele e à palma dos pés,

Como se beija um mamilo!
Delicadamente!
Provendo-a, tesão!
Para se amar uma mulher,

Basta toca-la com os olhos!
Basta perceber a perfeição de suas formas!
Seus contornos exuberantes!

Sua arquitetura delirante, dos pés,
Que nos faz vagar, neste universo!

Eduardo Gomes

2 de novembro de 2006

Sob teus pés


SOB OS TEUS PÉS
“Tivesse eu as roupas bordadas do paraíso
tecidas com luz dourada e prateada
o azul e o escuro e os negros panos da noite
e a luz e as metades luzes.
Eu espalharia essas roupas sob os teus pés
Mas, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos
Eu tenho espalhado os meus sonhos sob teus pés
Por isso, pise suavemente, afinal
Você está andando sob meus sonhos.”
Willian Bluter Yeats

ORAÇÃO AO PÉ FEMININO


ORAÇÃO AO PÉ FEMININO
"Vem com pés de lã passear pelo meu peito.
Vem de manso ou de repente, pé de anjo, vem de qualquer jeito,
Domar o meu espanto de ser subjugado sob os pilotis das coxas do objeto amado.
Vem com uma pulseira de cobre nos artelhos,
exorcizar os mil demônios que se enroscam entre os meus pêlos.
Vem ser lambido, lambuzado, entre os dedos,
vem girar os calcanhares no meu rosto,
torturador sádico querendo extorquir segredos.
Vem me submeter a tua tirania sem idade,
vem violentar e ser violentado, cair de pé, em pé de igualdade.
Vem com teu exército de dedos sobre mim perplexo.
Vem pedestal.
Vem sereníssimo esmagar a cabeça de serpente do meu sexo."
Henfil

27 de outubro de 2006

Eça de Queiroz


“Estamos perdidos há muito tempo.O país perdeu a inteligência e a consciência moral.Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.Os caracteres, corrompidos.A prática da vida tem por única direção a conveniência.Não há princípio que não seja desmentido.Não há instituição que não seja escarnecida.Ninguém se respeita.Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.Alguns agiotas, felizes, exploram.A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.O povo está na miséria.Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.Diz-se por toda a parte: o país está perdido!”
EÇA DE QUEIROZ
escreveu este texto em 1871

VIVA A DEMOCRACIA !!!

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou
dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
Elisa Lucinda

25 de outubro de 2006

Sempre Meu

Tenho medo, pavor, receio
Que vejas nos meus olhos
O desejo selvagem de te ter só para mim
Odeio quem respira o mesmo ar que tu
Queria ter o poder de posse
Não deixar que te olhem
Que te toquem
Para que tudo fique imaculado, puro e limpo
Para que a tua pele cheire apenas a ti e a mim
Que o ar não polua o teu olhar
Para que o teu sorriso espelhe apenas o amor que sentes por mim
Queria-te todo
Sem auras
Sem outras mãos
Sem histórias
Só meu
Apenas meu
Desde sempre
Sempre.
ALICIANTE

Mar

Gosto do mar desesperado
a bramir e a lutar
E gosto de um barco ainda mais ousado
Sobre esta rebeldia a navegar.
Miguel Torga

24 de outubro de 2006

Cavaleiro Solitário, Capitão da meia noite.

O Cavaleiro E Os Moinhos

Acreditar na existência dourada do sol
Mesmo que em plena boca
Nos bata o açoite contínuo da noite
Arrebentar a corrente que envolve o amanhã
Despertar as espadas
Varrer as esfinges das encruzilhadas
Todo esse tempo foi igual a dormir no navio
Sem fazer movimento
Mas descendo o fio da água e do vento
Eu, baderneiro, me tornei cavaleiro,

Malandramente, pelos caminhos
Meu companheiro tá armado até os dentes
Já não há mais moinhos como os de antigamente.

João Bosco/Aldir Blanc

Quero...



Quero
Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca, sem pó nem fumaça
Quero um mundo feito sem porta, vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável
Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaco em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Quero rodas nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aco
Beijar de leve a face da lua.
Thomas Roch

23 de outubro de 2006

Maravilhosamente belo


I . COISAS QUE FAZEM O CORAÇÃO
BATER MAIS FORTE:
Um planador conduzido segundo a feição do vento
O dorso desnudo de um bebê adormecido
O olhar de um cão, em direção à mãe que amamenta o bebê
O olhar de uma criança, em direção àquilo que ela não compreende
Tâmaras secas sobre um prato de cristal
Aquele amigo distante que retorna
Deitar-se só, num quarto deliciosamente perfumado de incenso
O clarão da lua atrás da nuvem.

JANEIRO


II . COISAS QUE TRAZEM UMA DOCE LEMBRANÇA DO PASSADO:
Um resto de perfume no lenço em que não enxugamos aquelas lágrimas
Rosas secas, nas páginas amarelas do livro
Objetos que serviam para a festa das bonecas
O bilhete que um dia escrevemos para nossos pais
Um dia de chuva, em que nos entediamos
A pena de um falcão que voou rumo a Lisboa
Uma árvore que distribui as folhas pelos ramos de modo que nenhuma escape do sol.
FEVEREIRO

III . COISAS RARAS
Um amigo que suporta nossa alegria com a mesma firmeza com que suporta nossa dor
Não sujar de tinta o livro em que se copiam romances, trechos de poesia, pensamentos
Manter a dignidade em uma discussão, mesmo quando os argumentos parecem nos abandonar
O encontro do amor, dez anos depois, depois de desvios, desvãos, desencontros.

MARÇO

IV . COISAS QUE PARECEM DESPERTAR A MELANCOLIA:
Uma foto amarelecida da mãe, ao fundo da gaveta
Um resto de leite na xícara velha, em que bebemos as primeiras palavras
O gotejar da chuva no telhado
A voz do pai, envelhecida e rouca
Uma canção antiga, subitamente rememorada
A névoa sobre os tetos da cidade.

ABRIL

V . COISAS DE QUE NÃO NOS ARREPENDEMOS:
A não-resposta exata à agressão gratuita
Aquele objeto inútil, que compramos por puro deleite
O amor merecido, na hora certa.

MAIO

VI . COISAS QUE PERDEM QUANDO SÃO PINTADAS:
A polpa fresca da fruta
As asas de um anjo
As flores da cerejeira
A luz do sol atrás dos ramos O branco da folha de papel
Qualquer cena fulgor

JUNHO

VII . COISAS QUE ENCHEM DE ANGUSTIA:
Observar a marcha dos cavalos
Amigos doentes, ou subitamente transtornados
Uma criança que chora, impedida de falar
Quando uma pessoa que detestamos se aproxima de nós
Um belo livro, que não acaba nunca.

JULHO

VIII . COISAS EM QUE NÃO SE PODE CONFIAR:
No homem que esquece facilmente seus amores
No poeta ávido por sucesso
Nas pessoas que falam muito alto, tentando nos convencer
Na amiga que quer ser exatamente como a outra.
AGOSTO

IX . COISAS QUE SÃO DISTANTES, AINDA QUE PRÓXIMAS:
Namorados que não dizem nada sobre a aparência das namoradas
Relações entre irmãos que não se amam
O intervalo entre o último dia do ano e o primeiro dia do ano seguinte
Filhos a quem os pais negaram o seu amor.

SETEMBRO

X . COISAS QUE SÃO PRÓXIMAS, AINDA QUE DISTANTES:
O paraíso
A rota de um barco
A amiga que vive em Paris
Os olhares trocados entre um homem e uma mulher

OUTUBRO

XI . COISAS QUE CAEM DO CÉU:
Balões
Papagaios
Manhãs ensolaradas
Chuvas finas
Tempestades
Neve
O título de uma história
A graça divina.

NOVEMBRO


XII . COISAS DIFÍCEIS DE DIZER:
Que não queremos mais comer
Que o amor acabou
“Por favor, não me abandone”
Adeus.

DEZEMBRO


Luiz Edmundo Alves

Fui eu


Fui eu

Eu, pois quem fui
E serei amanhã ainda mais, do que hoje sou
Dona dos teus desejos, do teu corpo, do teu sonho
Dona do que dou, exijo... ou não dou
Tirando suor e lágrimas de seu rosto risonho

Tua entrega torna-se lava quente em minhas mãos
Fui eu, te levei pra longe, te incluí em meu mundo
No jogo cálido das nossas concentrações
Ouço o gemido de um suspiro profundo
Troca doce, esta nossa... de experiências e sensações

E assim como as gotas escorrem do teu dorso moreno
Sorri meus lábios, enquanto aguardas, sereno
Teus tórridos lábios a implorar meu gosto
Tuas mãos estendidas, prontas pra servirem meus almejos
E novamente fui eu, quem lhe atendeu todos os desejos

O agradecimento por mais uma noite de realização
A pele em chamas, explode incandescente
Riscadas por minhas unhas, sem nenhuma direção
Agreste como o deserto, tornastes-me diferente
E fui eu sim, quem o tornou são

Efusão de servidão, servidão com paixão
Vivo por admirar tua devoção
Acalento teu corpo nu em meu colo
No prazer da dor, na dor do prazer...
Fui eu, a última imagem que vistes ao adormecer.

Maya

21 de outubro de 2006

Eu, MULHER, RAINHA, DONA


Eu, natureza - mulher,
Abrigo homens em entranhas,
Sou espaço e nutriente
De raiz, fruto, semente,
Caneta que escreve gente
Nesta saga de querer...
Sou túnel de prazer e dor
Sou da lógica, a estranha
Sou de guerra, sou de terra,
Sou macia, vivo em cio...
Sou Rainha e Senhora
Sou o vazio, tempo afora
Do futuro, sou desejo
Sou um pouco flor e beijo...
O meu ventre gera luz
Num orgasmo intimado
A ser relógio e compasso,
Entre o céu e a cruz...
Condenada a contrapor
As muitas faces do amor
Desfaleço no espaço
E tempo de um abraço
De sangrar derramo leite
Morrendo de Prazer e deleite
Nos braços do meu AMOR!
Elane Tomich

Sou a "Dona" do seu coração


Ah, se tu estivesses aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo,
tua boca vir de encontro à minha,
meus olhos te guiariam.
Serias meu da maneira que eu quisesse,
da maneira que eu desejasse.
Porque só eu sou capaz de fazer-te sonhar,
minha imagem te enfeitiça.
Serás capaz de ceder a todas as minhas vontades sem questioná-las,
porque perto de mim não és dono de ti,
és simplesmente meu.
Música: THE CAPTAIN OF YOUR HEART - Double You

...de um HOMEM


"Eu quero um colo, um berço, um braço quente em torno ao meu pescoço, uma voz que cante baixo e pareça querer me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno, um extravio morno de minha consciência e depois sem som, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas..."

Livro do Desassossego - Fernando Pessoa

20 de outubro de 2006

Marquês de Sade


"EMPRESTAI-ME A PARTE DO VOSSO CORPO QUE POSSA SATISFAZER-ME UM INSTANTE, E GOZAI, SE ISTO VOS AGRADA, DA PARTE DO MEU QUE PODE SER-VOS AGRADÁVEL"

MARQUÊS DE SADE

Eu quero

REALMENTE QUERO:
Sabes que queria fazer agora?
Morder-te
Rasgar-te a pele com unhas
Deixar um sinal indelével em ti
Marcar território.
E quando eu te deixasse
Para que quando outra te despisse...
Te amasse
Te Perguntasse:
Que é isto?
Tu te calasses
E eu,cicatriz em ti respondesse,
Foi meu
Estive cá antes.
Encandescente

Escravo Fiel

O abismo da Luxuria
Você me inspira.
Transpirando sensualidade.
Por entre os poros de teu corpo quente.
Adoro calar tuas ânsias com a força de meus beijos.
E encontrar junto a ti o orgasmo mais denso.
Sem defesas ou armas que me garantam segurança.
Quero estar indefeso preso por entre as tuas amarras.
Cativo de suas artimanhas.
Sem me importar com tuas intenções.
Não quero me prevenir de nenhum perigo, pois em ti confio.
Quero a loucura a me sobressair por entre os poros.
Buscando o ápice do prazer.
Quero buscar entre tuas pernas o contato com teu sexo.
Sentindo o úmido gosto doce de teu gozo.
Quero o tudo e o desconhecido.
A andorinha ao alçar o primeiro vôo.
Não se pergunta se suas asas são fortes o bastante.
Para lhe suportar o peso.
E lhe impedir a queda fatal.
Quero semelhante à andorinha.
Atirar-me no abismo da luxuria.
Contando com a força dos teus caprichos.
A amortecer a queda.
Não temo a morte, pois esta é certa.
Temo a vida sem teus encantos.
O sexo sem tuas torturas.
O tempo sem tua presença.
Amo teu corpo vivo por tua alma.
És meu maior fetiche.
Minha bela.
Minha dona.
Sou teu escravo de todas as horas.
Teu servidor fiel.

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

Musica em minha vida para tocar a tua!

"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist

"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo
RAINHA VICTORIA CATHARINA

"De seguir o viajante pousou no telhado, exausta, a lua." Yeda P. Bernis

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos" Fernando Veríssimo

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."