EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

14 de junho de 2008

Uma Rainha Triste



Era uma vez um homem.
Centrado em suas verdades,
falava através do silêncio.
Mas na transparência
e na quietude de suas palavras,
feito canção que se compõe
entre os olhares dos apaixonados,
surgiam versos como surge o perfume das flores.
Ainda que existisse,
tantas vezes se perguntava se ele era real.
Amava por inteiro;
queria ser amado sem exigir sentimentos.
Para ele, o amor só valia quando causava alegria.
Era de um tanto dedicado que perturbava aqueles
que não sabem receber o amor.
Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse
mais por não deixar-se desvendar...
Era homem, feito anjo;
sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira,
através das coisas que sentia...
Mas, além disso, sabia fazer voar,
através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem,
talvez nem fosse um anjo...
Certamente isso é uma fábula
para quem não acredita em anjos
ou em arco-íris ou mesmo em amor...

Rosana Braga



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"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

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"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

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