RAINHA VICTORIA CATHARINA

EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

30 de janeiro de 2008

À Rainha Victoria Catharina

Senhora de Mim

Mais do que uma simples visão
Anjo dos céus caído, abandonado
Resumes o amor num olhar
Iluminas a noite num sussurro imaginado
Ainda que sempre elevado

A mais preciosa das coisas
Leve como o ar, como a respiração
Em que sempre vivi, e vivo
Xale de sonhos aveludados, onde a satisfação
Ainda tem forma, entrecorta os céus
Nada mais puro, mais elegante
Dentro desses teus olhos brilhantes
Raiados de uma luz eterna, faiscante
Amor elevado, nunca inconstante

Cativas o mais ínfimo dos seres
Aqueles que nunca pensaram em si o Amor
Realizas o prazer de viver, de querer
Viajando por entre os sonhos
Amas de modo único
Lamentas o ser solitário, errante
Horas onde o tempo se demora
Onde o mais forte dos homens se perde, vagueando

Magníficas a beleza, o mais lindo dos dias,
Amansas a bravura dos mares...
Realizas o mundo num sorriso
Transcendes os céus, os ares...
Amas o do qual és o juízo...

DieaGun