Serei carrasco de seu ser...
Deixar-lhe-ei tão atordoado
em vossos próprios pensamentos,
que o que lhe restará será apenas minha doce e cruel imagem...
Alimentarei seus sonhos com as minhas sobras,
fazendo com que vejas este alimento como um banquete.
Esmagarei seus sentimentos,
transformando-os para mim,
ferindo-os, aniquilando-os.
Farei de sua vida um inferno, quente,
Farei de sua vida um inferno, quente,
sombrio e tão repugnante que quando entrares em meu mundo,
perceberás que entrastes num paraíso sem fim.
Conhecerei seus pensamentos e suas vontades...
apenas para contrariar seus desejos e conhecer sua ira.
Provocarei seu ódio, seu rancor e suas mágoas,
para que assim eu conheça teu avesso,
suas entranhas mais obscuras.
Suas lágrimas verterão sangue,
já que a dor que as provocarão
virão de teu fraco coração que baterá no compasso de minhas maldades.
Tentarás, contudo, livrar-se de minha rede que cerca-lhe o corpo.
Tentarás, contudo, livrar-se de minha rede que cerca-lhe o corpo.
Sim, tentes, e verás que a cada movimento seu
mais eu me enfronho em teu mundo, antes teu,
agora Meu.
Ficarás disforme, não em tua aparência,
mas como massa que se molda com o desenho desejado.
Brincarei com você e serei vossa Deusa.
Rogarás inicialmente pela liberdade...
Mas estarás a caminho de uma prisão consensual
e absolutamente segura.
Serei Tua cruz,
Teu confessionário,
Teu catecismo e Teu pão.
Jorrarás teu vinho por mim e pecarás por nós.
Desejarei fazer-te muitas para mim,
Desejarei fazer-te muitas para mim,
aquele que me ama, a que me odeia,
a que me acompanha, a que se esconde,
a que se humilha, o que te maltrata,
mas todas absolutamente meus.
Completar-me-ás e nos acrescentaremos.
Somaremos e eu te subtrairei para multiplicarmos.
Dividiremos anseios, ansiedades e saciaremo-nos.
Dê-me tudo e terás tudo.
Dê-me tudo e terás tudo.
Ofereça-se á mim, entregue-se, permita-se,
e assim conhecerás a ti mesmo
olhando em vosso espelho e enxergando a mim:
Criadora tua.
Dificultar-lhe-ei os passos...
Prenderei vossos movimentos...
Quando preso sentir-se-a livre como pássaro e voarás alto.
Ao soltar-te serás frágil,
Ao soltar-te serás frágil,
engaiolado sem jaulas,
encarcerado sem ferros,
aguardando o momento supremo,
onde eu pouso minhas mãos sobre meu colo,
chamando-te, ordenando-te,
e esperando que chegues,
que se aninhe,
neste colo que é teu purgatório e paraíso.
Sou Dona de teu ser.
Sou Dona de teu ser.
Não sabes? Permitirei que vivas,
apenas para que morras de amor por mim.
Bela {LD}
(modificado)
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