EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

28 de dezembro de 2010

Minorias Sexuais



Sadomasoquismo: prática saudável ou perversão

Glycia Emrich

Se antigamente práticas como o sadomasoquismo eram vistas com maus olhos e odiadas pelos puritanos, hoje em dia nos deparamos com um erotismo mais diversificado, com uma proliferação de grupos considerados “minorias sexuais” devido ao tipo de prática sexual ou à sensação de prazer que adotam.

Práticas sexuais qualificadas como violentas ganham lugar, visibilidade, aceitação e acessórios – ao menos em sex-shops, cada vez mais comuns. Toda essa parafernália e divulgação funcionam como uma comprovação: as pessoas, sim, buscam novas alternativas eróticas que transgridam as restrições impostas pela sexualidade como exercício da reprodução.

São os amantes da pornografia, quando o conceito é entendido como “expressões escritas ou visuais que apresentam, sob a forma realista, o comportamento genital ou sexual com a intenção deliberada de violar tabus morais e sociais”, explica Maria Filomena Gregori, professora do IFCH/UNICAMP e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero – PAGU, em seu artigo “Prazer e Perigo: Notas Sobre Feminismo, Sex-Shops e S/M”, in Sexualidade e Saberes: Convenções e Fronteiras (Ed. Garamond Universitária).

Os praticantes desse tipo de sexo socialmente não valorizado procuram transgredir as restrições que impedem o livre exercício da sexualidade.

BDSM

A sigla acima significa “Bondage (as técnicas de imobilização), Disciplina, Sadismo e Masoquismo”. No dicionário, sadomasoquismo é definido como perversão sexual, sempre com a ideia de pessoas envolvidas em um comportamento coercitivo ou abusivo.

Mas, para quem pratica, o BDSM é um jogo erótico de poder e não um abuso físico. Os participantes de encontros e casas fechadas para quem adora a brincadeira frisam que as práticas se dão em meio a um contexto de segurança e são estruturadas a partir da negociação e comunicação entre as pessoas envolvidas. São encenações quase teatrais.

“São, seguro e consensual”: esse é o grito de guerra dos adeptos dessa prática e mostra, para quem taxa essas relações com preconceito, que tudo é feito com muito cuidado. Susan Wright, diretora política da NCFL - National Coalition for Sexual Freedom (Coalisão Nacional pela Liberdade Sexual) define o que cada uma dessas três palavras representam:

- São: saber diferenciar entre fantasia e realidade. Vale lembrar que o consentimento consciente não pode ser dado por uma criança (por isso só brinca quem é adulto) ou por alguém que esteja sob efeito de álcool ou drogas.

- Seguro: conhecer as técnicas e preocupar-se com os itens de segurança que estão envolvidos no que você está fazendo. É também a responsabilidade de proteger você mesmo e seu parceiro das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), incluindo a infecção pelo vírus do HIV.

- Consensual: respeitar os limites impostos por cada um dos participantes durante todo o tempo. Alguns usam uma palavra de salvação (safeword), que é uma palavra escolhida para sinalizar que a cena deve diminuir de intensidade ou parar. O mesmo comportamento pode ser criminoso sem o consentimento e muito prazeroso com o consentimento.

A arquiteta L.M., 36 anos, pratica o jogo há oito meses. Mãe de dois filhos, casada com um engenheiro químico, ela participa de encontros quase toda semana. “A gente brinca com o que nos dá prazer. Todas as práticas são consensuais e é isso que faz a excitação funcionar. O lugar é cheio de donas de casa, professoras, advogadas. Não somos seres bizarros ou de outro planeta. Apenas defendemos o uso livre da sexualidade, sem ter que se encaixar dentro do que é considerado ‘normal’”, conta ela.

5 características presentes na maioria das interações sadomasoquistas

- Dominação e submissão: a presença de regras de um parceiro sobre o outro e de obediência de um parceiro a outro;

- Consensualidade: o acordo voluntário para participar do jogo (interação) sadomasoquista e o respeito a certos "limites" (as regras fundamentais de como e em que direção o jogo progride);

- Conteúdo sexual: o pressuposto de que as atividades têm um significado erótico ou sexual;

- Interpretação mútua: a suposição de que os participantes possuem o entendimento partilhado de que suas atividades são de natureza SM (sadomasoquista) ou similar;

- Role playing: os participantes assumem papéis para a interação (jogo) ou para o relacionamento, que eles reconhecem não ser a realidade.


2 comentários:

Lord Bondage disse...

Rainha

Meus desejos de um 2011 repleto de muita paz, saúde, alegrias e amor

Beijos

Rainha Victoria Catharina disse...

Lord,

Agradeço-lhe com todo meu
coração !!!
Desejo-lhe um Ano Novo magico!!!

Beijos

"Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida."
Fernando Pessoa

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

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Musica em minha vida para tocar a tua!

"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist

"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

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RAINHA VICTORIA CATHARINA

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