EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

22 de novembro de 2010

Dedicado a todos nós !!!

Aos Libertinos
(texto do Marquês de Sade)

Voluptuosos de todas as idades e de todos os sexos é a vós apenas que ofereço esta obra: nutri-vos de seus princípios, eles beneficiam vossas paixões, e essas paixões, com as quais os frios e insípidos moralistas vos assustam, são apenas os meios que a natureza emprega para que o homem alcance as intenções que ela tem sobre ele; atentai apenas a essas paixões deliciosas; seu órgão é o único que vos deve conduzir à felicidade.

Mulheres lúbricas, que a voluptuosa Saint-Ange seja vosso modelo; desprezai, a exemplo dela, tudo o que contraria as leis divinas do prazer que a acorrentaram durante toda a vida.

Donzelas cerceadas durante um tempo demasiado longo nos laços absurdos e perigosos de uma virtude fantástica e de uma religião repugnante, imitai a ardente Eugênia; destruí, pisai, com a mesma rapidez que ela, em todos os preceitos ridículos inculcados por pais imbecis.

E vós, amáveis debochados, vós que, desde a juventude, não tendes outros freios senão vossos desejos nem outras leis senão vossos caprichos, que o cínico Dolmancé vos sirva de exemplo; ide tão longe quanto ele se, como ele, quereis percorrer todos os caminhos floridos que a lubricidade vos prepara; deixai-vos convencer ao seu ensino de que apenas ampliando a esfera de seus gostos e de suas fantasias, apenas sacrificando tudo à voluptuosidade é que o infeliz indivíduo conhecido como homem, e lançado a contragosto nesse triste universo, pode conseguir semear algumas rosas nos espinhos da vida.


Marquês de Sade
A Filosofia na Alcova.
Tradução de Mary Amazonas



Nenhum comentário:

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

Musica em minha vida para tocar a tua!

"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist

"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo
RAINHA VICTORIA CATHARINA

"De seguir o viajante pousou no telhado, exausta, a lua." Yeda P. Bernis

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos" Fernando Veríssimo

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."