EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

20 de abril de 2009

Mulher má

Mulher má esta que traz na pele apenas vontade de ser inteira.Que se despe de vestes e de preconceitos e, como uma felina, caminha suavemente por entre as pedras da calçada. Não procura presas apenas mantém o olhar sempre firme no horizonte. Quando a vontade lhe saliva a boca joga as garras e de uma assentada ingere, lambe, sua e degusta. E segue o seu caminho. Bamboleando a traseira deixando no ar o rasto e o odor da vontade. Sem esforço não se cansa de caminhar, sempre ao mesmo ritmo. O rosto, imutável, mantém a cor e o traço, sem se lhe conseguir adivinhar o estado de espírito. Esta mulher má alimenta-se da ganância, da inveja e do ódio. Consome-os para assim os anular sem nunca se deixar consumir. Quanto mais há à sua volta mais vontade tem de comer adivinhando onde se escondem. Estes pecados tornam-se mortais para quem a seu redor se tenta aproximar. Num ápice as garras marcam a pele e o território. Quem lhe conquista a cúpula é quem, igual a si, vê que o horizonte não é o firmamento mas uma linha sem fim onde as utopias são reais e as presas são mais do que membros que caminham apinhados de rancor.

Madalena

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"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

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"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

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