EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)

21 de outubro de 2008

Eternidade !!!


Amanheci pra vida

De um sono profundo e sereno,
Imersa em sonhos já antes sonhados
Revolta em pesadelos agora vividos.
Mergulhada numa inércia profunda
Vegetando harmonicamente com tudo.
Desejando, sonhando, idealizando, sentindo...

Caminhei caminhos estranhos
Longos e às vezes conhecidos.
Trilhei veredas, prados e calmarias
Em que a alma repousa tranqüila.
Tirei pedras dessas estradas,
Com as mãos de artistas para não deixar pegadas.
Arranhei a alma, essa desconhecida
Para não deixar que o desejo me vencesse
Pro mundo não saber que nas entranhas,
Jazia o calor da alma, que mesmo estranha,
Sonha sonhos de uma vida
Talvez em outros tempos vivida.

E o corpo, que esconde a alma,
Estranha a estranha alma que domina o corpo.
Sente a sede de um amor conhecido,
Esquecido por ela, essa estranha,
Que já tem vivido antes
Sonhou tanto que se aquietou,
Numa aceitação insana,
Que faz do corpo uma prisão eterna,
Para a alma,
Que sendo estranha
Reaja ao seu cativeiro.
Queria romper fronteiras
Invadir espaços, e ganhar o eterno tempo
Criar novos rumos.
Acreditar em verdades novas,
Verdades surgidas das grades que a sufocam.
Alçar vôos por entre as grades
Buscar o sol que a fresta traz
Esquentando a alma, essa estranha
Que de tanto se esforçar, prá se esconder
Se mostra por inteira.

E agora, alma e corpo,
Embora estranhos,
Travam batalhas em suas entranhas
Que agora despertadas
Vão povoar os sonhos da noite que não termina...
Os poros reagem exalando um cheiro
Do amor sufocado.
E pelo quarto, no ar,
Sente-se um aroma
Agora desconhecido
Do corpo e da alma,
Que ainda estranha
Se afoga em prantos e se lamenta
Pelo corpo que a afugente buscando
Ser o que sempre queria,
O que surgiu na madrugada fria,
Trazida pelo despertar dos sonhos.

Agora quase no comando
O corpo domina a alma e se entrega
E se vê liberta de grades conhecidas,
Antigas e presas por raízes profundas.
Eleva-se ao estado da plenitude,
E atinge a outra alma, essa não estranha,
Que esperava por toda eternidade
Por aquela que agora conhecida,
E aconchega, e traz consigo
O amor que atravessou o tempo.
Venceu barreiras
Navegou pelos mares do infinito,
E encontrou abrigo junto à ela...

A alma dessa estranha, que vivia e
sonhava, enquanto na agonia esperava.
Por esse encontro
Que se não se der no agora
Terá ainda a ausência do tempo
A eternidade infinita pra se encontrar.

E então, essas almas
Juntas
Irão se completar
Até que a eternidade acabe....

Norma Andrade

2 comentários:

Maestro Alex - BDSM - SSC disse...

belíssimo

Amar Yasmine disse...

Poderosa Afrodite, minha linda amiga Rainha Victoria Catharina!

Belíssimo texto. Vou procurar outros de Norma Andrade. Adorei!

Ando em falta não só contigo, mas com todos os meus amigos. Ando em falta nos blogs e no msn. Estou obedecendo a um exercício de submissão EXTREMA. Não te esqueço, no entanto. Por favor, acredite.
Te admiro, te respeito e te adoro!

Doces besos, Maravilhosa *;-)

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." Catetano Veloso

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Musica em minha vida para tocar a tua!

"A vida:... uma aventura obscena de tão lúcida..." Hilda Hist

"És um dos deuses mais lindos...Tempo tempo tempo tempo..." Caetano Veloso

"SOU METAL, RAIO, RELÂMPAGO E TROVÃO..." Renato Russo

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RAINHA VICTORIA CATHARINA

"De seguir o viajante pousou no telhado, exausta, a lua." Yeda P. Bernis

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos" Fernando Veríssimo

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."