É este querer-te enquanto o sol se apaga
Que torna mais quente,
Mais insistente,
O desejar tanto!...
Que o teu corpo crie asas
E no meu pouse.
E ao meu,
Tu, meu anjo sem asas,
Dês corpo
Asas
E voo.
Encandescente
EU... Eu, eu mesmo... Eu, cheia de todos os cansaços, Quantos o mundo pode dar. — Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu, E até as estrelas, ao que parece, Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças... Que crianças não sei... Eu... Imperfeita? Incógnita? Divina? Não sei... Eu... Tive um passado? Sem dúvida... Tenho um presente? Sem dúvida... Terei um futuro? Sem dúvida... A vida que pare de aqui a pouco... Mas eu, eu... Eu sou eu, Eu fico eu, Eu... (Fernando Pessoa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário