calam tão dentro de mim
que perguntar carecem
porque não fui eu que fiz...
(Milton Nascimento)
DEJA VU
Não foi uma noite comum
Acordei com o sabor do seu nome em minha boca
Lembrei vagamente da lua crescente
E ainda deitada,
Revi fragmentos do nosso primeiro encontro;
Hoje é um domingo
O primeiro de muitos que vivo desejando você.
Há um torpor na manhã
Há um torpor na manhã
Há um mundo que me chama
Mas será que querem realmente minha história se a conhecessem?
Será que mais uma vez não escandalizaria cristãos e pagãos
Com a lubricidade do meu despertar?
Revi sua voz em minhas lembranças e seu sorriso
Revi sua voz em minhas lembranças e seu sorriso
Revi seu espanto, seu entusiasmo
Sua sensualidade
Revi o colo que seria o princípio de muito dias.
Voltei os olhos para a luz que penetrava
Voltei os olhos para a luz que penetrava
Não havia sons antigos para escutar Poemas para escrever.
Assaltei-me de tédio e poesia.
Mas esquecer você foi um ato de poucos segundos
Um agir insensato de uma maldição de anos
E eu me sinto quase sem vontade de continuar.
Fui à todos os lugares que conheço
Não espero que me desperte agora
Não espero que deite para que lhe conte alguma história
Qual história compara-se à esta?
Sei que em minhas impressões estará o que nunca conseguirei dizer
A sensação de incompleto
A sensação de uma tarde de fim de semana
Os fragmentos quando pela primeira vez me encontrou nua dentro das roupas
O beijo que deixou de ser primeiro.
Enfim, o dia me chama
E eu inexoravelmente lhe chamo para despertar em mim.
Escrito por lestat de lioncourt
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