Era uma vez um homem.
Centrado em suas verdades,
falava através do silêncio.
Mas na transparência
e na quietude de suas palavras,
feito canção que se compõe
entre os olhares dos apaixonados,
surgiam versos como surge o perfume das flores.
Ainda que existisse,
tantas vezes se perguntava se ele era real.
Amava por inteiro;
queria ser amado sem exigir sentimentos.
Para ele, o amor só valia quando causava alegria.
Era de um tanto dedicado que perturbava aqueles
que não sabem receber o amor.
Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse
mais por não deixar-se desvendar...
Era homem, feito anjo;
sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira,
através das coisas que sentia...
Mas, além disso, sabia fazer voar,
através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem,
talvez nem fosse um anjo...
Certamente isso é uma fábula
para quem não acredita em anjos
ou em arco-íris ou mesmo em amor...
Rosana Braga
Centrado em suas verdades,
falava através do silêncio.
Mas na transparência
e na quietude de suas palavras,
feito canção que se compõe
entre os olhares dos apaixonados,
surgiam versos como surge o perfume das flores.
Ainda que existisse,
tantas vezes se perguntava se ele era real.
Amava por inteiro;
queria ser amado sem exigir sentimentos.
Para ele, o amor só valia quando causava alegria.
Era de um tanto dedicado que perturbava aqueles
que não sabem receber o amor.
Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse
mais por não deixar-se desvendar...
Era homem, feito anjo;
sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira,
através das coisas que sentia...
Mas, além disso, sabia fazer voar,
através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem,
talvez nem fosse um anjo...
Certamente isso é uma fábula
para quem não acredita em anjos
ou em arco-íris ou mesmo em amor...
Rosana Braga
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