Me descobrindo
Tempos atrás conheci
Uma menina de olhar absorto
Que parecia viajar dentro de si
Com as asas de algum anjo torto.
Tecia diálogos,
Engendrava circunstâncias;
Cultivava um universo intermediário,
Imerso em logros
Tão reais e essenciais
Quanto o imaginário.
Sorria para o medo
E guardava seus segredos
Frente aos olhos do mundo.
Muda, falava
Com a voz do profundo
E mais sincero sentimento pela vida:
Vivê-la em sua forma mais plena
E fundamentalmente despropositada.
Tempos atrás conheci
Uma garota de olhar solitário
Que andava perdida em seu próprio itinerário.
Pensei tê-la compreendido, mas não a compreendi.
Trocava sonhos tão raros
Por realidades que nada lhe diziam.
Trocava rosas e cravos
Por espinhos que sempre lhe feriam.
Sabia das faces do medo,
Mas ainda não as compreendia.
Muda, aceitava.
E ,com o único
Coração que possuía,
A garota seguia
E nada falava ...
Tempos atrás conheci
Uma moça de olhar indiferente
Que revelava um vazio inerente
À madrugada que guardava dentro de si.
Sem amanhãs,
Aguardava dias menos pálidos,
Olhares menos esquálidos,
Intenções menos vis,
E paixões menos vãs.
Portava o medo
Como quem anda com um amigo.
Gritava um grito vago
E sem abrigo.
Hoje fitei o espelho
Por horas intermináveis,
E não mais me reconheci.
Não eram os cabelos , o rosto,
O sorriso ausente,
(Ou mesmo o passado que , agora,
Somava-se ao presente...)
Eram os olhos lacônicos, graves
Que pareciam me encerrar
Com o manto de lábios silentes
Cozido em qualquer noite de escuridão sem par,
De pranto contido por não saber chorar.
Agora estou aqui :
Não mais menina, garota, moça;
Não mais sonho, realidade, desilusão...
...Talvez uma apática aceitação
De quase tudo e de nada mais.
Neste dia que noite se faz,
Só não consigo lidar com as palavras
Que não me falam,
Com as mãos que não me tocam.
Hoje,
Frente ao espelho em que me descobri perdida,
Quero apenas dois olhos que saibam chorar
E quero ter o direito à paz de espírito - ou qualquer outro crime
Que não se possa julgar.
Tempos atrás conheci
Uma menina de olhar absorto
Que parecia viajar dentro de si
Com as asas de algum anjo torto.
Tecia diálogos,
Engendrava circunstâncias;
Cultivava um universo intermediário,
Imerso em logros
Tão reais e essenciais
Quanto o imaginário.
Sorria para o medo
E guardava seus segredos
Frente aos olhos do mundo.
Muda, falava
Com a voz do profundo
E mais sincero sentimento pela vida:
Vivê-la em sua forma mais plena
E fundamentalmente despropositada.
Tempos atrás conheci
Uma garota de olhar solitário
Que andava perdida em seu próprio itinerário.
Pensei tê-la compreendido, mas não a compreendi.
Trocava sonhos tão raros
Por realidades que nada lhe diziam.
Trocava rosas e cravos
Por espinhos que sempre lhe feriam.
Sabia das faces do medo,
Mas ainda não as compreendia.
Muda, aceitava.
E ,com o único
Coração que possuía,
A garota seguia
E nada falava ...
Tempos atrás conheci
Uma moça de olhar indiferente
Que revelava um vazio inerente
À madrugada que guardava dentro de si.
Sem amanhãs,
Aguardava dias menos pálidos,
Olhares menos esquálidos,
Intenções menos vis,
E paixões menos vãs.
Portava o medo
Como quem anda com um amigo.
Gritava um grito vago
E sem abrigo.
Hoje fitei o espelho
Por horas intermináveis,
E não mais me reconheci.
Não eram os cabelos , o rosto,
O sorriso ausente,
(Ou mesmo o passado que , agora,
Somava-se ao presente...)
Eram os olhos lacônicos, graves
Que pareciam me encerrar
Com o manto de lábios silentes
Cozido em qualquer noite de escuridão sem par,
De pranto contido por não saber chorar.
Agora estou aqui :
Não mais menina, garota, moça;
Não mais sonho, realidade, desilusão...
...Talvez uma apática aceitação
De quase tudo e de nada mais.
Neste dia que noite se faz,
Só não consigo lidar com as palavras
Que não me falam,
Com as mãos que não me tocam.
Hoje,
Frente ao espelho em que me descobri perdida,
Quero apenas dois olhos que saibam chorar
E quero ter o direito à paz de espírito - ou qualquer outro crime
Que não se possa julgar.
(autoria desconhecida)
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