Apaixone-se por mim. Não um amor de mesa posta, talheres de prata, toalha de renda, não um amor de terça-feira, água morna, gaveta arrumada. Apaixone-se por mim no meio de uma tarde de chuva, rua alagada, rosas na mão, um amor faminto, urgente, latejante, um amor de carne, sangue e vazantes, um amor inadiável de perder o rumo o prumo e o norte, me ame um amor de morte. Não me dê um amor adestrado que senta, deita, rola e finge de morto, que late, lambe e dorme. Apaixone-se felino, sorrateiramente e assim que eu me distrair, me crave os dentes, as unhas, role comigo e perca-se em mim e seja tão grande a ponto de me deixar perder. Ame minhas curvas, minha vulva, minha carne, me fecunde e se espalhe por meus versos, meus reversos, meus entalhes. Deixe eu me sentir amada, desejada, glorificada em corpo e espírito que eu nunca soube o que é ser de alguém, mas preciso que me ensines, que me fales, que me cales, amém.
Patrícia Antoniete
Um comentário:
Poderosa Afrodire! Linda Rainha!!
Que texto, heim? Adorei. Muito lindo.
Vi no blog do Senhor Maestro um pensamento do escritor Rubem Alves. Estive com ele semana passada.Ele esteve em BH para uma palestra e, depois, fui escalada para levá-lo para almoçar e em seguida para o aeroporto. Conversamos muito, foi maravilhoso, eu o adoro e tenho vários livros dele. Tirei algumas fotos e vou, daqui um tempo, fazer um post sobre este encontro e contar dos momentos deliciosos que passei em sua companhia.
Doces besos, Maravilhosa Senhora!
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