O ARQUÉTIPO DA MULHER SELVAGEM
"O arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por detrás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda a arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher
E então o que é a Mulher Selvagem?
Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto no mundo visível quanto do mundo oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.
(...)
Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela é a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É à procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo o que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos conhece; nós somos os seus pensamentos.
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Onde vive a Mulher Selvagem?
No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e nos Oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce.Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora."
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in "MULHERES CORRENDO COM LOBOS" - de CLARISSA PINKOLA ESTÉS
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