Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro para minha alma.
Quando a minha língua fala, o meu ouvido estranha-lhe a voz.
Quando o meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, o meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e a minha alma interroga a minha alma.
Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.
Sou um estrangeiro para o meu corpo.
Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que a minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que as minhas profundezas não reconhecem.
Acordo pela manhã, e acho-me prisioneiro num antro escuro, freqüentado por cobras e insectos.
Se sair à luz, a sombra de meu corpo segue-me, e as sombras da minha alma me precedem, levando-me aonde não sei, oferecendo-me coisas de que não preciso, procurando algo que não entendo.
E quando chega a noite, volto para a casa e deito-me numa cama feita de plumas de avestruz e de espinhos dos campos.
Idéias estranhas atormentam minha mente, e inclinações diversas, perturbadoras, alegres, dolorosas, agradáveis.
À meia-noite, assaltam-me fantasmas de tempos idos.
E almas de nações esquecidas fitam-me.
Interrogo-as, recebendo por toda resposta um sorriso.
Quando procuro segurá-las, fogem de mim e desvanecem-se como fumaça.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e não há no mundo quem conheça uma única palavra do idioma de minha alma...
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um poeta que põe em prosa o que a vida põe em versos,
e em versos o que a vida põe em prosa.
Por isto, permanecerei um estrangeiro até que a morte me rapte e me leve para minha pátria.
Khalil Gibran
Sou um estrangeiro para minha alma.
Quando a minha língua fala, o meu ouvido estranha-lhe a voz.
Quando o meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, o meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e a minha alma interroga a minha alma.
Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.
Sou um estrangeiro para o meu corpo.
Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que a minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que as minhas profundezas não reconhecem.
Acordo pela manhã, e acho-me prisioneiro num antro escuro, freqüentado por cobras e insectos.
Se sair à luz, a sombra de meu corpo segue-me, e as sombras da minha alma me precedem, levando-me aonde não sei, oferecendo-me coisas de que não preciso, procurando algo que não entendo.
E quando chega a noite, volto para a casa e deito-me numa cama feita de plumas de avestruz e de espinhos dos campos.
Idéias estranhas atormentam minha mente, e inclinações diversas, perturbadoras, alegres, dolorosas, agradáveis.
À meia-noite, assaltam-me fantasmas de tempos idos.
E almas de nações esquecidas fitam-me.
Interrogo-as, recebendo por toda resposta um sorriso.
Quando procuro segurá-las, fogem de mim e desvanecem-se como fumaça.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e não há no mundo quem conheça uma única palavra do idioma de minha alma...
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um poeta que põe em prosa o que a vida põe em versos,
e em versos o que a vida põe em prosa.
Por isto, permanecerei um estrangeiro até que a morte me rapte e me leve para minha pátria.
Khalil Gibran
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