Há os que vivem sem pressa alguma, sem dúvidas, sem angústias, sem assombros e pautados no óbvio.
Para estes, ócio ou deleite, raivas, inconstâncias, temores e paixões são nuances de desequilíbrio. Esqueçam essa louca! A louca que sobrevoar a praça nua em pelo numa vassoura de cipó e assoviar: Ai deu saudade...
A tereré quer lamber a vida que é dela, como só ela sente a profundidade de suas dores.
“A dor é minha e de mais ninguém”.
Egoísta essa maluca, não? Ultra!
Eta, menina doida! Faz todo mundo rir! Por isso é bom ter a doida por perto: É riso certo!
“Mais doido é quem me diz... E não é feliz... Não é feliz...”
O sabor da vida não é único. Ela não me aparece num buffet de sorvetes. Hoje eu quero alegria, amanhã saudade, terça que vem coerência, no comecinho do mês duas bolas de audácia.
O sabor da vida está no improviso, no riso sem sentido, na lágrima que desaba sem vergonha como que falando: Ei, eu vivo! Eu sinto! Eu caminho em passos tortos, nem sempre sobre saltos, nem sempre sobre calçadas, verdade... Eu caminho e muitas vezes não há piso!
Só me resta inventar asas... E voar.
E, assim, ontem bordei um vestido com cores do absurdo. Com pedras e conchas do mar. Travei batalhas com o que não mais me habita e insiste em visitar-me inoportunamente. Acariciei a face da esperança que renasceu no eclipse lunar. Ao deitar-me chamei ao meu coração toda a força que me move. E pensei nos radares, nos monitores, nos dedos em riste e em todas as posturas convenientes...
Pensei na expressão: Loja de Conveniências.
Hoje quase tudo se vende e é comprado. À vista, parcelado no cartão, com cheque... Quase tudo.
Uma adolescente de sandálias de prata e cheiro de brisa me avisou: Não é errado falar bassoura, barrer, prumode, prefume...
E pensei que os gênios às vezes se transformam em fadas e sussurram verdades profundas.
A gente tem é que se permitir.
Originalidade, meu preto, isso aí é que ninguém compra...
Enquanto desfilo meu vestido nas alamedas que ninguém mais vê, vou aprendendo com esses meninos que crescem...
Ninguém no mundo está terminado... Nada é do jeito certo.
Ainda faltam no meu vestido uns bordados com um capim que vem do Tocantins.
E porque muitas vezes me assombro é preciso que alguns me evitem para que eu não extraia a dedo seus furúnculos.
Poesia é anestesia.
Alyne Costa
Para estes, ócio ou deleite, raivas, inconstâncias, temores e paixões são nuances de desequilíbrio. Esqueçam essa louca! A louca que sobrevoar a praça nua em pelo numa vassoura de cipó e assoviar: Ai deu saudade...
A tereré quer lamber a vida que é dela, como só ela sente a profundidade de suas dores.
“A dor é minha e de mais ninguém”.
Egoísta essa maluca, não? Ultra!
Eta, menina doida! Faz todo mundo rir! Por isso é bom ter a doida por perto: É riso certo!
“Mais doido é quem me diz... E não é feliz... Não é feliz...”
O sabor da vida não é único. Ela não me aparece num buffet de sorvetes. Hoje eu quero alegria, amanhã saudade, terça que vem coerência, no comecinho do mês duas bolas de audácia.
O sabor da vida está no improviso, no riso sem sentido, na lágrima que desaba sem vergonha como que falando: Ei, eu vivo! Eu sinto! Eu caminho em passos tortos, nem sempre sobre saltos, nem sempre sobre calçadas, verdade... Eu caminho e muitas vezes não há piso!
Só me resta inventar asas... E voar.
E, assim, ontem bordei um vestido com cores do absurdo. Com pedras e conchas do mar. Travei batalhas com o que não mais me habita e insiste em visitar-me inoportunamente. Acariciei a face da esperança que renasceu no eclipse lunar. Ao deitar-me chamei ao meu coração toda a força que me move. E pensei nos radares, nos monitores, nos dedos em riste e em todas as posturas convenientes...
Pensei na expressão: Loja de Conveniências.
Hoje quase tudo se vende e é comprado. À vista, parcelado no cartão, com cheque... Quase tudo.
Uma adolescente de sandálias de prata e cheiro de brisa me avisou: Não é errado falar bassoura, barrer, prumode, prefume...
E pensei que os gênios às vezes se transformam em fadas e sussurram verdades profundas.
A gente tem é que se permitir.
Originalidade, meu preto, isso aí é que ninguém compra...
Enquanto desfilo meu vestido nas alamedas que ninguém mais vê, vou aprendendo com esses meninos que crescem...
Ninguém no mundo está terminado... Nada é do jeito certo.
Ainda faltam no meu vestido uns bordados com um capim que vem do Tocantins.
E porque muitas vezes me assombro é preciso que alguns me evitem para que eu não extraia a dedo seus furúnculos.
Poesia é anestesia.
Alyne Costa
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