Brasileiro, nordestino, trocado quando criança por uma porca por sua mãe, negro elegante, filho de Iansã e Ogum, devoto de Josephine Baker, pobre limpo, célebre marginal, valentão, artista, obcecado por ser feliz, homossexual macho com orgulho, analfabeto inteligente, pai adotivo, capoeirista e carnavalesco.
Dono de uma grandiosidade história, uma verdadeira metáfora sobre a luta de identidades e culturas periféricas para encontrar um lugar no mundo sem se adaptar ao padrão dominante. Fez a defesa do direito à diferença, não da inclusão pela igualdade.
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"Vivia na maravilhosa China, um bicho tubarão, bruto e cruel, que mordia tudo e virava tudo em carvão. Pra acalmar a fera, os chinês fazia todo dia uma oferenda com sete gato maracajá, que ele mordia antes do pôr do sol. No ímpeto de por fim a tal ciclo de barbaridades, chegou Jamacy, uma entidade da floresta da Tijuca. Ela corria pelos mato e avoava pelos morro. E Jamacy virou uma onça dourada, de jeito macio e de gosto delicioso. E começou a brigar com o tubarão, por mil e uma noites. No final, a gloriosa Jamacy e o furioso tubarão já estavam tão machucado que ninguém sabia mais quem era um, e quem era outro. E assim, eles viraram uma coisa só: A Mulata do Balacochê".
Madame Satã
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