Vejo-a nas praias, descrevo a cena como se a linhado horizonte deixasse de existir, o mar deixassede respirar. Nesse instante não tenho morada nem nome, serei apenas a infância, a malícia, a poeira, os cactos à beira das estradas. Descubro a incertezae a palavra, o eco do que ficou abandonado. Tudo me desperta, comove, desabriga — um amor, um lugar, uma janela, o eclipse. Adormeço depois de fechar as portas, a inspiração morreu há meses, escrevo e volto a escrever, linha a linha, a mesma linha, palavra a palavra, as mesmas palavras. O tempo é uma vaga impressão de ter passado naquele instante em que dizem que a terra treme, a alma nunca será essa coisa perfeita, resguardada da luz, do cheiro da terra, dasvagas , do que poderia ter sido. Vejo-a nas praias, ao longe, do outro lado do mar, entre risos.
F J Viegas
Um comentário:
"Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor."
William Shakespeare
PARABÉNS!
Bjs
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