Te olho nos olhos, e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa. Tudo o que vivi foi profundamente. Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços. Guarda - me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem! Até onde eu posso ir para te resgatar? Reclama de mim com se houvesse a possibilidade de eu me inventar de novo! Desculpa se te olho profundamente, rente à pele a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços, a ponto de ver à estrada muito antes dos teus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos. Eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar vivo e permanecer te olhando profundamente.
Ana Carolina
Ana Carolina
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